Museu do Chiado: arte contemporânea vai entrar em diálogo com José Saramago

Com curadoria de Ana Matos, exposição reúne 40 obras produzidas entre 1895 e 2016.

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Comemorações do centenário de nascimento do Nobel português José Saramago Nuno Ferreira Santos

A arte contemporânea vai entrar em diálogo com o pensamento do escritor José Saramago (1922-2010), a partir de quinta-feira, numa exposição de 34 artistas, no Museu do Chiado, em Lisboa, integrada nas comemorações do centenário do nascimento.

Através de 40 obras produzidas entre 1895 e 2016, a exposição Porquê? A arte contemporânea em diálogo com o pensamento de José Saramago faz uma conexão com os textos do Nobel da Literatura, falecido em 2010.

Com curadoria de Ana Matos, as obras reunidas são provenientes do acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC), e da Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), segundo a nova temporada de exposições enviada à agência Lusa.

A conexão proposta entre as obras e os textos do escritor é inspirada na frase “toda a literatura é um palimpsesto”, referida por Saramago numa entrevista dada por ocasião de uma viagem à América Latina, explica o museu. O termo palimpsesto, significando “raspar para escrever de novo”, é evocado “como o território em que a arte acontece, como sucessão de camadas de memórias, referências, com tempo e espaço próprios que congregam em si a existência presente, passada e futura”.

A selecção das 40 obras partiu da identificação de um conjunto de “temas recorrentes e fundamentais no pensamento de José Saramago, tendo sido criado, desde o início, um diálogo activo e constante entre obras/artista e o universo” do escritor.

Nesse sentido, o espaço expositivo é organizado em quatro grupos que abordam o mesmo número de temas: “Direitos humanos”, “Alteridade e identidade”, “Sustentabilidade”, “Memória e palavra”.

Representando diferentes gerações e oferecendo expressões e sensibilidades artísticas distintas, a exposição apresenta obras de Alberto Carneiro, Álvaro Lapa, Ana Jotta, Ana Vieira, André Cepeda, António Olaio, António Pedro, António Sena, Bartolomeu Cid dos Santos, Carlos Nogueira, Fernando Brito, Fernando Calhau.

Também estão representados Fernando Lemos, Filipa César, Helena Almeida, João Tabarra, João Vieira, Jorge Molder, Jorge Vieira, José de Brito, José Pedro Croft, Júlia Ventura, Julião Sarmento, Júlio Pomar, Júlio Resende, Lourdes Castro, Luísa Cunha, Nikias Skapinakis, Paula Rego, Paulo Nozolino, Pedro Gomes, Querubim Lapa, Salette Tavares e Vasco Araújo.

A exposição irá ficar patente até 8 de Janeiro de 2023.

Até Janeiro do próximo ano, o Museu do Chiado conta ainda com outras exposições: a partir de 1 de Outubro, Multiplicidade, que aborda a emergência climática, inaugura na Galeria Millennium BCP do museu, no âmbito da Trienal de Arquitectura de Lisboa (pode ser vista até 5 de Dezembro); segue-se Echos of Natures, da artista visual Manuela Marques. A artista, distinguida em 2011 com o Prémio BES Photo, apresenta pela primeira vez, em Portugal, um panorama dos seus trabalhos fotográficos e videográficos, realizados entre 2018 e 2022 (entre 7 de Outubro e 29 de Janeiro de 2023).

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