Marcelo diz que História de Portugal e protocolos justificam três dias de luto por Isabel II

Em Portugal já houve lutos pela morte de personalidades como chefes de Estado ou imperadores, nota o Presidente da República, sendo que a monarca ocupa uma maior importância ainda tendo em conta que representava os “seis séculos e meio de história” que marcam a aliança diplomática entre Portugal e o Reino Unido.

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Marcelo está em Londres para prestar homenagem a Isabel II LUSA/NUNO VEIGA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, justificou este domingo os três dias de luto nacional pela rainha Isabel II de Inglaterra com o “protocolo nas relações entre Estados” e a importância da monarca na história de Portugal.

“Há um certo protocolo nas relações entre Estados e tinha havido um luto, por exemplo, pela morte do imperador do Japão de três dias” ou por “vários chefes de Estado importantes, mas não tão importantes em termos de História de Portugal”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Londres.

Para o Presidente da República, Isabel II, que morreu a 8 de Setembro, “representava seis séculos e meio de história” e um país ao qual Portugal deve “parte” da sua independência.

“Foi uma homenagem não apenas a Sua Majestade a Rainha Isabel II, mas ao papel histórico em momentos cruciais do Reino Unido. Primeiro da Inglaterra, depois do Reino Unido, trabalhando pela nossa independência no século XIV, voltando a trabalhar no século XVII. Uma parte da nossa independência deve-se a este país”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta a perguntas de jornalistas, na residência oficial do embaixador português em Londres.

O Presidente português lembrou que Portugal e a Inglaterra têm uma aliança diplomática que cumpre 650 anos em 2023 e é “a mais antiga aliança portuguesa e, porventura, uma das mais antigas, se não a mais antiga, também do Reino Unido”, mesmo que ao longo da história tenha havido “momentos difíceis” nas relações entre os dois países.

A este propósito deu o exemplo do “momento infeliz” do ultimato inglês a Portugal, em 1890, e de quando Portugal reconheceu e apoiou os Estados Unidos da América, que declararam a independência no século XVIII, “contra o aliado tradicional”.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou este domingo a Londres para estar presente no funeral de Estado de Isabel II, que se realiza na segunda-feira e reúne mais de dois mil convidados, entre chefes de Estado e de Governo, membros de famílias reais e outras personalidades.

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