Porto quer pedonalizar centro histórico e deve apresentar um plano até final do ano

Autarquia, que não é a única a querer condicionar a presença do automóvel no seu núcleo central, está também a preparar um plano de arborização

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Plano tinha sido anunciado em Março, mas ainda não havia calendário Paulo Pimenta

Nos próximos meses, o Câmara Municipal do Porto deverá apresentar um plano para condicionar a utilização do automóvel no seu centro histórico. Sem avançar detalhes, o vereador da CMP com o pelouro do urbanismo e espaço público, Pedro Baganha, anunciou que o plano “está elaborado” e que, “certamente”, será apresentado “até ao final do ano”.

Apesar de o plano que incide sobre a área classificada como Património Mundial da UNESCO prever várias acções futuras, referiu Baganha, que falava aos jornalistas à margem do congresso Cidades que Caminham, a autarquia está já a intervir, “designadamente com as Zonas de Acesso Condicionado que já estão implementadas, em grande medida, naquele território”.

Em Março deste ano, a autarquia tinha já anunciado que queria pedonalizar o centro histórico, quando foi aprovado, em reunião de executivo, um plano estratégico para a gestão daquela zona que, em 1996, foi classificada como Património Mundial da UNESCO. No entanto, ainda não tinha sido avançado um calendário.

O vereador fez ainda menção a um plano de arborização para toda a cidade que “deverá ser apresentado nos próximos meses”. Em Setembro de 2020, a CMP lançou um concurso público para elaborar o documento que definiria os tipos de arborização a manter, substituir e descontinuar.

O Porto não é a única cidade a ensaiar a retirada dos carros do seu núcleo central. Num painel em que intervinham representantes das poucas autarquias que estão a desenhar o seu Plano de Mobilidade Urbana Sustentável, o chefe de divisão do Ambiente e Mobilidade da Câmara Municipal de Évora, Daniel Valente, explicou como a câmara quer restringir o acesso do automóvel à parte muralhada da cidade. O município quer reduzir os pontos de entrada: actualmente são 10 e o objectivo é que haja três de entrada e três de saída.

Olhando para a cidade como para um ovo estrelado, Daniel Valente anuncia que a cerca velha – “a gema” - será “predominantemente pedonal”. A restante área intramuralhas – “a clara” – terá acesso condicionado. “Retirar os 10 metros quadrados ocupados por um carro estacionado” permite “libertar espaço para trabalhar, requalificar e devolvê-lo às pessoas”, referiu.

Mas a pressão automóvel que se verifica actualmente no centro histórica vai ser transferida para as suas fronteiras, advertiu. E é preciso preparar o resto da cidade para essa transformação, lembra. Évora quer pensar nos bairros que rodeiam a muralha como “unidades de vizinhança” e fazer com que deixem de ser “zonas de atravessamento”.

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