Galerias Romanas da Baixa reabrem a visitas por três dias (bilhetes esgotam em 24h)

Depois de três anos sem visitas, as célebres galerias de Lisboa reabrem para assinalar as Jornadas Europeias do Património, incluindo com visitas mais alargadas pela cidade. De 23 a 25 de Setembro, com bilhetes agora a 3 euros, mas que esgotaram rapidamente.

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Visita guiada às galerias romanas patrícia martins
Galeria Romana
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Galerias Romanas da Baixa de Lisboa patrícia martins
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Galerias Romanas da Baixa de Lisboa patrícia martins

“Após três anos de encerramento, o Museu de Lisboa reabre as Galerias Romanas da Rua da Prata”. As visitas, com reserva de bilhete, decorrem no âmbito das Jornadas Europeias do Património e serão as únicas este ano: de 23 a 25 de Setembro, haverá “visitas subterrâneas em grupo” que serão orientadas por especialistas do museu.

Mas, além da oportunidade de descer ao monumento subterrâneo localizado na Baixa lisboeta, com acesso via um alçapão aberto na Rua da Conceição, há visitas mais abrangentes e guiadas pela história romana da capital: incluem a descida às galerias, mas também percursos até à Casa dos Bicos (actual sede da Fundação Saramago), um passeio pela Felicitas Iulia Olisipo (é dizer, a Lisboa romana) ou uma imersão no Teatro Romano.

Para participar em qualquer uma das propostas é necessário reservar bilhete online: custa 3 euros e está à venda na bilheteira BlueTicket (cada utilizador pode comprar quatro bilhetes - actualização: os bilhetes esgotaram em 24h). Os grupos terão até a um máximo de 25 pessoas e cada visita deverá rondar os 20/25 minutos. No total, esperam-se cerca de três mil visitantes (estavam à venda cerca de dois mil bilhetes), incluindo alunos das escolas de Lisboa (que têm a manhã do dia 23 só para eles), confirmou ao PÚBLICO Marta Santos, da Comunicação do museu.

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Na rua, o alçapão para a história EGEAC/Museu de Lisboa
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Na rua, o alçapão para a história EGEAC/Museu de Lisboa

A visita às galerias “não é recomendada a pessoas com mobilidade reduzida”, assinala o Museu de Lisboa. É um “ambiente húmido e acidentado”, portanto “aconselha-se o uso de roupa confortável e calçado impermeável”. Decorrem a 23 de Setembro, das 14h às 18h30, e dias 24 e 25 das 9h às 18h30.

Galerias abertas todo o ano?

Até à pandemia, que suspendeu as tradicionais visitas – as últimas foram em 2019, altura em que deixaram de ser gratuitas e passaram a custar dois euros, estas ocorriam pelo menos duas vezes por ano, por alturas de celebração do património, com entrada gratuita e longas filas e horas de espera – que se tornaram uma marca e um sinal da vontade de milhares de lisboetas e visitantes penetrarem no passado subterrâneo da capital. A entrada paga, por um valor considerado simbólico e com pré-reserva, acalmou as filas e permite, espera-se, uma “maior calma”, com “circularização optimizada” na área.

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Galerias Romanas da Baixa patricia martins
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Galerias Romanas da Baixa patricia martins

As condições das galerias (que permanecem inundadas parte do ano sendo drenadas pelos bombeiros para estas ocasiões) não permitiam mais aberturas, mas há três anos foi anunciada pela autarquia lisboeta a intenção de abertura continuada do monumento, e de um centro interpretativo. Seria até finais de 2020, mas até agora tal não ocorreu: para já, não há novidades neste ponto, confirma o Museu de Lisboa. A projectada musealização do criptopórtico integra o projecto Lisboa Romana Felicitas Iulia Olisipo, dedicado a dar a conhecer “a forma como viviam os romanos na Área Metropolitana de Lisboa” e que abrange 21 municípios.

As galerias foram descobertas “graças” ao terramoto de 1755. Os trabalhos nas ruínas revelaram-nas em 1771. Esta estrutura “é um dos valiosos testemunhos da herança arquitectónica romana, agora escondida sob os nossos pés”, destaca o museu. Este é um pequeno passeio por parte destas escuras e tropicalmente húmidas galerias do tempo do imperador Augusto (séc. I d.C.), que, por mais estudadas que sejam, parecem eternizar-se numa aura de mistério e exercerem um fascínio, por vezes surpreendente, sobre os visitantes.

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Galerias Romanas José Avelar/Museu de Lisboa

Foram alvo das mais diversas teorias, assinalava-se numa visita da Fugas, incluindo julgarem-se termas, fórum municipal ou possuírem “águas milagrosas” para curar certas maleitas. Hoje, são encaradas como criptopórticos, construções em abóbada que os romanos usavam em terras instáveis para servirem de plataforma de suporte a outras edificações, e que terão estado também ligadas a actividades portuárias e comerciais.

Tradicionalmente, as galerias só abrem ao público em Abril e Setembro. Apenas aberturas esporádicas, “por ser necessário manter os níveis de humidade e de água no interior do edifício, essenciais à sua preservação”, esclarece o museu. Aliás, sublinha-se, as visitas às galerias obrigam à prévia “conjugação de esforços” de muitas entidades: Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC, do Museu de Lisboa, Regimento de Sapadores Bombeiros, Polícia Municipal, Centro de Arqueologia de Lisboa, Direcção Municipal de Mobilidade e Transportes, Serviços Eléctricos e Mecânicos e Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

A abertura por estes dias, é uma das centenas de actividades do programa de Portugal dedicado às Jornadas Europeias do Património: estas realizam-se no último fim-de-semana de Setembro, este ano sob o lema Património Sustentável, e celebram-se em milhares de locais históricos e culturais nos 50 países aderentes.

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