17 etapas depois, João Almeida foi João Almeida

Depois de não ter estado na melhor forma durante duas semanas, o ciclista português apresentou-se na etapa 17 da Vuelta com poder físico para atacar. Como teria sido a corrida de Almeida caso as pernas tivessem “aparecido” mais cedo?

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João Almeida em acção pela Emirates EPA/MAURIZIO BRAMBATTI

Era isto que se esperava de João Almeida há muitos dias. O ciclista português provou a teoria segundo a qual vai subindo de forma na terceira semana das corridas e foi, nesta quarta-feira, na etapa 17 da Volta a Espanha, o que se esperava que já tivesse sido: um corredor ofensivo, como costuma ser quando as pernas estão fortes.

Até aqui, o português dizia que não sentia as pernas leves e capazes de o colocarem ao ataque, mas a subida final da etapa 17 permitiu a Almeida, já com algum atraso na luta pelo pódio, ter liberdade para fazer o que quis.

Com Remco Evenepoel, Enric Mas e Juan Ayuso em marcação cerrada, a Emirates deu liberdade ao português, provando que existe alguma independência entre os colegas Ayuso e Almeida – algo patente mais tarde, quando o espanhol, apesar de ter o companheiro ao ataque, se prestou a uma pequena ofensiva a testar os rivais.

No fim de contas, Almeida, que seguiu sozinho no ataque que fez, chegou em 13.º lugar e ganhou cerca de dez segundos aos rivais na luta pelo pódio – meta que está a exactos dois minutos –, mas o mais relevante até poderá ter sido a forma como cimentou o sexto lugar, já que Thymen Arensman, o sétimo colocado, perdeu algum tempo nesta etapa.

Almeida parece estar, agora, em “terra de ninguém”. Tem o sexto lugar seguro por quase um minuto, mas está também a mais de um minuto do quinto. Esta posição dá, em tese, alguma liberdade para o português mexer na corrida, embora liberdade para estar numa fuga seja, até depois deste “aviso” aos rivais, uma meta demasiado ambiciosa – mas seria por aí que o pódio poderia passar de quimera a realidade.

Num dia que ficou marcado pela ausência de Primoz Roglic, que abandonou depois da queda na etapa 16, o vencedor foi Rigoberto Urán, o mais forte entre os fugitivos do dia. A presença na fuga valeu também ao colombiano a entrada no top 10.

Para esta quinta-feira há mais montanha, mas mais dura. Há uma subida de segunda categoria e duas de primeira, a última com chegada em alto.

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