Artistas Unidos asseguram permanência no Teatro da Politécnica até 2024

No futuro, perspectiva-se nova mudança da companhia, para um espaço que lhe é familiar: o edifício A Capital, no Bairro Alto.

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Os Artistas Unidos estão no Teatro da Politécnica desde 2011 RUI GAUDÊNCIO

Os Artistas Unidos vão permanecer no Teatro da Politécnica, pelo menos, até Junho de 2024, perspectivando-se depois uma mudança para um espaço cedido pela Câmara Municipal de Lisboa no Bairro Alto, anunciou esta tarde a companhia.

O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa que serviu para apresentar a programação da nova temporada da companhia e fazer um ponto de situação relativamente à ameaça de despejo de que os Artistas Unidos haviam sido alvo.

Em Março deste ano, cinco dias antes da morte do director e fundador dos Artistas Unidos, Jorge Silva Melo, a companhia foi informada, pelo reitor da Universidade de Lisboa, de que esta não tinha a pretensão de lhe renovar o actual contrato de arrendamento do Teatro da Politécnica, onde os Artistas Unidos estavam instalados desde 2011, e que termina em Fevereiro do próximo ano.

Esta situação “aflitiva” de poderem ficar sem espaço levou a que os Artistas Unidos pedissem ajuda à Câmara Municipal de Lisboa, que conseguiu junto da Universidade de Lisboa assegurar, pelo menos, mais dois anos de contrato para a companhia.

“A Reitoria da Universidade de Lisboa acedeu, com gentileza, a prolongar o nosso contrato até Junho de 2024. O senhor reitor disse à Câmara Municipal que só prolongaria na condição de a Câmara Municipal assegurar que em 2024 há um espaço digno, estável para os Artistas Unidos poderem trabalhar”, contou o actor e encenador João Meireles, sócio e co-fundador da companhia.

Segundo João Meireles, existe já uma proposta de espaço na Rua do Diário de Notícias, no Bairro Alto, precisamente num edifício onde esta companhia esteve instalada até 2002, A Capital (onde o antigo jornal homónimo foi fundado).

“É uma ironia amarga, após 22 anos de nos queixarmos de ter de sair da Capital, num processo tão trapalhão, haver essa possibilidade de regresso”, apontou.

João Meireles referiu que o edifício, pertencente à Câmara Municipal de Lisboa, está afecto a um projecto de renda acessível, mas que existe uma área no rés-do-chão e na cave que pode ser destinada a um espaço multiusos.

“Estamos neste momento a avaliar que soluções podemos dar às limitações que o espaço tem. Falámos com alguns técnicos e arquitectos para perceber a viabilidade. Iremos saber durante este mês se é viável ou não. De qualquer forma, é estimulante e desafiante voltar a construir um teatro na Rua do Diário de Notícias”, sublinhou.

Entretanto, João Meireles confirmou também que a companhia apresentou uma candidatura a mais um quadro de apoio da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), aguardando uma decisão.

“Essa proposta de espaço está declarada em documento da Câmara Municipal de Lisboa porque tínhamos de assegurar junto da DGArtes que tínhamos um espaço de trabalho para nos podermos candidatar a esse triénio. Esse apoio será muito importante para suportar o nosso trabalho”, atestou.

Os Artistas Unidos encontram-se no Teatro da Politécnica desde 2011, na sequência de um contrato que tem sido sempre renovado com a Universidade de Lisboa.

A companhia formou-se a partir do grupo que estreou, em 1995, o espectáculo António, um Rapaz de Lisboa, escrito e encenado por Jorge Silva Melo.

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