Touradas de morte começam esta segunda-feira nas Festas de Barrancos

Os tradicionais festejos regressam depois de uma interrupção de dois anos devido à pandemia. Estas são as únicas touradas de morte legais em Portugal.

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Entre segunda e quarta-feira, sempre às 18h, realizam-se estas touradas Bruno Simoes Castanheira/ Arquivo

As touradas de morte das Festas de Barrancos, no distrito de Beja, arrancam esta segunda-feira. Ao longo de três dias, quatro toureiros – um deles português e os restantes espanhóis – e uma novilheira espanhola vão lidar os touros de morte.

Os tradicionais festejos, que começaram no domingo, com as cerimónias religiosas em honra de Nossa Senhora da Conceição, padroeira desta vila raiana no Alentejo, e prolongam-se até quarta-feira, marcando o regresso após dois anos de ausência devido à pandemia de covid-19. Mas o destaque da que também é conhecida como “Fêra de Barrancos”, e que muita polémica causou ao longo dos anos, é o que a organização intitula como “Tradicionais Festejos Taurinos”, ou seja, as touradas com touros de morte, que arrancam esta segunda-feira.

“Nos anos normais, quando acabamos a feira já estamos a contar os dias para chegar a próxima. Agora, pode imaginar. Dois anos sem isto, o pessoal está mesmo com muita sede”, disse à agência Lusa Luís Lérias, da comissão de festas que assume a organização das festas.

Após as celebrações religiosas de domingo, estes três dias de festas obedecem praticamente à mesma rotina, com o “tiro de partida” a ser dado às 8h com os tradicionais “encerros”.

Através dos “encerros”, os touros a lidar nas touradas de morte — as únicas legais em Portugal, devido a um regime de excepção aprovado há precisamente 20 anos (em 2002) — são conduzidos até aos curros da praça de touros.

Entre segunda e quarta-feira, sempre às 18h, realizam-se estas touradas, animadas pela Banda Filarmónica Fim de Século e com a improvisada praça de touros cheia, construída anualmente e de propósito para as festas, na Praça da Liberdade, no centro da vila.

O toureiro português Joaquim Ribeiro ("Cuqui") e a novilheira espanhola Rocío Romero lidam os touros de hoje, seguindo-se, na terça-feira, os toureiros Oliva Soto e Pepe Moral, enquanto na quarta-feira é a vez do toureiro Manuel Perera.

Também seguindo a tradição, essa última corrida vai terminar com a lide, por aficionados, de uma vaca, que depois é morta na arena no meio de uma roda de pessoas.

Após dois anos de paragem devido à covid-19, Luís Lérias salientou que o movimento de visitantes e de barranquenhos que regressam à terra por altura das festas também é benéfico para a hotelaria e comércio local.

“Já se vê hoje muito movimento e, claramente, para a hotelaria e a restauração isto é um desafogo. Estiveram dois anos mais parados e isto é um renascer, também vão repor algumas coisas que perderam nestes dois anos”, destacou.

O “cachondeo” (divertimento) das Festas de Barrancos prolonga-se pelas noites fora, com espectáculos musicais, a partir das 22h, na Praça da Liberdade, e com orquestras de bailes e DJ, a partir das 00h30, no Quintalão de Festas.

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