Greve na Portway levou ao cancelamento de 118 voos em Lisboa e Porto

Greve sectorial prolonga-se até domingo. Voos cancelados são “uma vitória”, diz sindicato.

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Passageiros no Terminal 1 do Aeroporto de Lisboa, esta sexta-feira LUSA/MIGUEL A. LOPES

A greve dos trabalhadores da Portway, que hoje se iniciou e se prolonga até domingo, levou ao cancelamento de 118 voos em Lisboa e no Porto, adiantou Rita Reis, directora de recursos humanos do grupo.

Em declarações à Lusa, a responsável reiterou que a adesão à greve ronda os 10%, mas avisou que esta “parece uma taxa de adesão baixa, mas é uma greve sectorial, e, portanto, está muito localizada em departamentos específicos que conseguem ter um impacto forte na operação”.

Rita Reis voltou a rejeitar as acusações do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), garantindo que a “Portway não contrata serviços externos para substituir grevistas nem o pode fazer. Quem o pode fazer legalmente são as companhias aéreas e o aeroporto”, referiu.

O pré-aviso lançado pelo Sintac prevê a paralisação geral dos trabalhadores da empresa de assistência em terra, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, com início às 00h00 de hoje e fim às 24h00 de domingo.

Voos cancelados são “uma vitória”, diz sindicato

O primeiro dia de greve na Portway teve uma “excelente adesão dos trabalhadores efectivos”, referiu esta sexta-feira o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) que considerou “uma vitória” as dezenas de voos cancelados.

O sindicato salientou, em comunicado, que o primeiro dia de greve ficou marcado pela “excelente adesão dos trabalhadores efectivos da empresa de assistência em escala nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal”. “Contudo, é de lamentar que o despacho ministerial que definiu os serviços mínimos não permita que a grande fatia dos trabalhadores — os trabalhadores de assistência a passageiros de mobilidade reduzida (MyWay) — possa aderir a esta greve. Logo, há uma grande parte de trabalhadores que ficou impedida de exercer o seu direito à greve”, frisou.

O SINTAC realçou também “o histórico cancelamento de 60 voos em Lisboa, 33 no Porto e de atrasos substanciais em Faro e no Funchal”, sublinhando que o número de voos cancelados hoje e nos próximos dias é “uma vitória”. No entanto, lamentou que “os problemas e os objectivos principais desta greve ainda não foram alcançados”.

O sindicato apontou que a empresa “foge à verdade” quando refere que não foi a Portway a contratar serviços para substituir grevistas. “Sobre o alegado investimento da Portway em instalações e condições de trabalho, não compreendemos. Uma vez que esse valor deve estar a ser canalizado para viaturas e melhorias de condições apenas na sede da empresa”, atirou ainda, explicando que irá divulgar nos próximos dias “registos das deploráveis condições em que certos locais da empresa se encontram”.

Sobre as declarações da empresa quanto aos salários, o SINTAC referiu que “os trabalhadores da Portway ganham bastante menos que os trabalhadores de outra empresa que opera em Portugal”, garantindo que irá apresentar “comprovativos de diversos recibos sobre o miserável salário dos trabalhadores da Portway e, ainda, demonstrações de como os feriados estão a ser pagos a 50%”.

Quanto à denúncia do SINTAC ao governo e à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) sobre a contratação de serviços externos para a substituição de grevistas na Portway, que a empresa rejeita, o sindicato referiu no comunicado que o regulador está a levar a cabo acções de fiscalização no aeroporto de Faro, Porto e Lisboa. Em causa estão serviços de “push-back” (tractor que empurra os aviões para a pista), precisou a estrutura sindical.

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