A violência que forjou o Brasil criou um país em que a lei ficou no papel

Morre-se ao ritmo de uma guerra não declarada nas cidades, no sertão e na floresta brasileira. As raízes da violência endémica brasileira remontam ao passado colonial e nunca foram inteiramente corrigidas nos últimos quatro séculos. Mas a sociedade civil é vibrante e está cada vez mais alerta.

Foto
Os dados mostram que os alvos da violência policial são sobretudo os jovens negros Miguel Madeira

Nos últimos cinco anos, foram assassinadas mais de 280 mil pessoas no Brasil, mais de 1% da população actual total do país, o que corresponde a uma média de seis homicídios por hora. A título de comparação, em mais de uma década de guerra civil na Síria, morreram 160 mil civis, o que significa que há maior probabilidade de se ser vítima de uma morte violenta nascendo no Brasil do que num país onde há um conflito armado declarado. Em termos mundiais, há poucos países em situação de paz que se possam comparar com o Brasil em termos de violência. Em 2021, dois em cada dez homicídios no planeta vitimaram brasileiros, de acordo com o anuário coligido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 19 comentários