Ghislaine Maxwell processada pelos advogados por falta de pagamento

A sociedade de advogados acusa a socialite de dever grande parte da avença de um milhão de dólares prometida inicialmente. Terá pago apenas 143.500 dólares.

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A britânica de 60 anos foi condenada a duas décadas de prisão Reuters/JANE ROSENBERG

A antiga socialite Ghislaine Maxwell deve 878 mil dólares em pagamentos aos dois advogados que a representavam no caso de crimes de tráfico sexual, em que ajudou Jeffrey Epstein a abusar de dezenas de mulheres, incluindo algumas menores. A informação foi avançada pela firma de advogados num novo processo judicial em que exigem à britânica que proceda ao pagamento.

Num processo submetido no tribunal estatal do Colorado, em Denver, esta segunda-feira, o escritório de advogados Haddon, Morgan e Foreman acusa o irmão de Ghislaine Maxwell, Kevin, de ter prometido, antes do julgamento, uma avença de um milhão de dólares (perto de um milhão de euros). Alegadamente terá pagado apenas 143.500 dólares (cerca do mesmo valor em euros), “uma pequena fracção do montante devido”.

Além de Ghislaine e Kevin Maxwell, também Scott Borgerson, descrito no processo como marido da socialite, está entre os arguidos no processo submetido pelos advogados. Isto porque, defende o irmão da britânica, é Borgerson que controla a fortuna de Maxwell. Contudo, no início deste ano, os advogados da britânica divulgaram que Maxwell e o marido se tinham separado.

Nem Laura Menninger, nem Jeffrey Pagliuca responderam aos pedidos de comentário sobre o tema. Os outros dois advogados de Ghislaine Maxwell, Bobbi Sternheim e Christian Everdell, também não prestaram quaisquer declarações.

Contactados pela Reuters, Kevin Maxwell e Borgerson não acederam a comentar o tema. O outro irmão da cúmplice de Epstein, Ian Maxwell, disse à Associated Press que a família Maxwell não tecerá quaisquer comentários sobre o novo processo judicial.

Maxwell, com 60 anos, foi condenada em Dezembro passado por tráfico sexual, com uma sentença de 20 anos, conhecida só no final de Junho. O júri concluiu que a socialite teve um papel crucial em recrutar e aliciar raparigas que, mais tarde, foram abusadas pelo magnata financeiro ─ conhecido por socializar com personalidades influentes, como Donald Trump, Bill Clinton ou o príncipe André.

A filha do antigo barão da imprensa britânica, Robert Maxwell, está a cumprir a sentença no estabelecimento prisional de Tallahassee, na Flórida, ainda que os advogados tenham pedido que a mulher o fizesse na prisão em Danbury, Connecticut. Apesar da polémica relacionada com as avenças dos advogados, ainda se mantém a decisão de recorrer da sentença.

No dia em que se conheceu quanto tempo Maxwell deverá ficar na prisão, a ex-namorada do investidor financeiro pediu desculpa pela primeira vez: “Tenho uma profunda empatia por todas as vítimas neste caso. Tê-lo conhecido [a Epstein] é o maior arrependimento da minha vida”.

“Acredito que Jeffrey Epstein enganou todos aqueles que se encontravam na sua órbita”, continuou. “As suas vítimas consideravam-no um mentor, amigo, amante. Era Jeffrey Epstein que deveria ter estado perante vós. Em 2005. Em 2009. E novamente em 2019. Mas hoje cabe-me a mim ser condenada.”

O multimilionário foi encontrado morto, a 10 de Agosto de 2019, na cela de uma prisão de segurança máxima em Manhattan, Nova Iorque. Apresentava sinais de “suicídio por enforcamento”, causa que viria a ser confirmada pelo relatório oficial da autópsia.

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