House of the Dragon foi a melhor estreia de sempre para a HBO e para a HBO Max

A nova série pôs mais de dez milhões frente ao ecrã na estreia, dispostos a voltar a Westeros após o final de A Guerra dos Tronos.

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Matt Smith em "House of the Dragon" HBO

Os números estão aí para as primeiras impressões de mercado para a estreia de House of the Dragon: melhor estreia de sempre da HBO (canal de televisão linear e suas plataformas de streaming), melhor estreia da plataforma de streaming HBO Max nos EUA, América Latina e na Europa, Médio Oriente e África.

Portugal, onde o primeiro episódio foi disponibilizado às 2h da madrugada de segunda-feira, em simultâneo com a estreia nos EUA, viu a série escalar para primeiro lugar dos mais vistos na HBO Max em poucas horas durante a manhã de segunda-feira. Como de costume, os números do streaming não são detalhados, nem para já os dados país a país.

O que já se sabe é que 9,99 milhões de pessoas viram nos EUA The Heirs of the Dragon, o primeiro de dez episódios sobre a Dança dos Dragões — guerra civil entre dois príncipes da dinastia Targaryen no continente ficcional de Westeros — e o primeiro sinal sobre uma outra guerra que se travará nos ecrãs: entre os franchises A Guerra dos Tronos e O Senhor dos Anéis, com a estreia, dia 2 de Setembro, de Os Anéis do Poder na Amazon Prime Video.

“Foi maravilhoso ver milhões de fãs de A Guerra dos Tronos regressar connosco a Westeros ontem à noite”, diz o responsável pelos conteúdos da HBO e HBO Max, Casey Bloys, em comunicado. “Estamos em êxtase com a resposta tão positiva dos espectadores”, descreveu. Pelas contas da HBO, esta foi também a sua melhor noite desde a transmissão do final de A Guerra dos Tronos (19,3 milhões de espectadores) em 2019, sendo incomparáveis os números com a estreia da série-mãe em 2011 (2,22 milhões de espectadores para uma série sobre a qual poucos, salvo os leitores dos livros em que se baseia, sabiam fosse o que fosse).

Agora, e depois de os números terem inclinado a balança de House of the Dragon para o lado do sucesso, resta saber quantos desses espectadores são clientes satisfeitos que voltarão para o próximo episódio e quando e se isso bastará para o canal anunciar que a série terá uma segunda temporada. House of the Dragon, passada 200 anos antes dos acontecimentos de A Guerra dos Tronos, está pensada pelos criadores Ryan Condal e George R.R. Martin como uma saga de várias temporadas.

“Como esta é uma parte de uma dinastia de 300 anos, o desafio era onde começar”, explicava Condal numa mesa redonda com a imprensa em Amesterdão, há duas semanas, em que o PÚBLICO esteve presente. “Foi uma das conversas que tive com o George: precisamos de saber o quê sobre a luta pela sucessão? E há 150 anos para a frente depois de a guerra civil ter acontecido. Onde decidimos fechar o capítulo da história?”, explicava sobre a dimensão que a série pode ou não ter.

“Temos uma ideia e um objectivo, mas ainda não sabemos de quanta pista precisamos para lá chegar. A tarefa[-chave] com qualquer série é sair mesmo antes de estarmos a mais. Sair deixando o público a querer mais, mas num momento satisfatório.”

A Guerra dos Tronos foi um fenómeno especial na medida em que, como série, começou numa altura em que a chamada televisão por cabo produzia a melhor ficção e depois atravessa a década em que a Netflix começa a produzir séries originais (a primeira foi House of Cards em 2013) e explode o mercado do streaming, que vem a substituir o papel de produtor de TV de autor que detinha o “cabo”. Esse período foi 2011-2019, em que Tronos continuava a experiência semanal televisiva e o streaming apostava no modelo “binge" de disponibilização de temporadas todas de uma vez.

Agregadora de massas, estima-se que possa ter sido o último evento blockbuster televisivo global na ficção (o desporto continua a ser imbatível nesse campo). A guerra actual é diferente, mas todas as plataformas estão a tentar usar a arma dos franchises, com grande base de fãs e de material a explorar, para se afirmar. Nas séries de fantasia, o modelo continua a ser A Guerra dos Tronos, a par de, na ficção científica e na BD, Marvel e Star Wars.

Entretanto, o facto de as filmagens da série terem passado pela aldeia de Monsanto — que na segunda-feira fez um visionamento ao ar livre no Largo da Relva para todos os cidadãos do primeiro episódio da série —, em Idanha-a-Nova, já gerou outra guerra: de palavras, entre autarquia e o director de promoção do Alentejo, tudo em torno desse novo mercado português que é o de ser cenário para rodagens internacionais.

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