O “maior país católico do mundo” está a tornar-se um bastião evangélico

A construção de um país chamado Brasil teve desde o início um forte pendor religioso. O encontro entre o catolicismo e as crenças dos povos subjugados criou um sincretismo muito próprio, um catolicismo “abrasileirado”. Mas algo está a mudar. Durante a próxima década, o número de brasileiros evangélicos vai superar a população católica.

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"Marcha para Jesus", em Agosto deste ano REUTERS/Ricardo Moraes

Nos primeiros Censos organizados no Brasil, em 1872, exactamente 50 anos depois da independência da antiga colónia portuguesa, o número de católicos era praticamente de 100%. As dificuldades logísticas para organizar um esforço de contabilização estatística ao longo do vastíssimo território do Império tornam compreensível a reduzida fiabilidade das conclusões desses primeiros Censos. Mas a unanimidade religiosa brasileira era sobretudo o resultado de um processo de assimilação cultural forçada com a qual os seus alvos primordiais — povos indígenas e escravos provenientes de África — aprenderam a conviver e a resistir.

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