Festival Andanças leva danças do mundo à aldeia alentejana de Campinho

Evento começa esta quinta-feira na localidade junto ao Alqueva e prevê mais de 120 actividades.

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O Andanças entende a dança popular como meio privilegiado de aprendizagem e intercâmbio entre gerações, saberes e culturas ANTÓNIO CARRAPATO

A dança vai rodopiar na aldeia alentejana de Campinho, no concelho de Reguengos de Monsaraz, a pretexto do Festival Andanças, que começa esta quinta-feira com um programa recheado de bailes, concertos e outras actividades.

Promovido pela associação cultural PédeXumbo, o evento vai decorrer até domingo nesta aldeia localizada perto da albufeira do Alqueva, no distrito de Évora. Os sete espaços do festival vão acolher “mais de 120 actividades”, indica a organização, em comunicado.

Depois de vários anos a realizar-se no concelho de Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, o festival mudou-se, no ano passado para Campinho, numa edição adaptada à pandemia de covid-19, ou seja, com menor escala, regressando este ano aos programas mais completos.

“A dança é a principal aposta” do Andanças, cujo programa inclui bailes, concertos, oficinas, actividades para crianças, performance e teatro, entre outras acções.

Os bailes, sempre às 22h, vão distribuir-se por três palcos: o palco “seara”, instalado “numa planície amarela”, o palco “quintal”, assim chamado por estar “instalado no quintal da casa de uma família de Campinho”, e o palco “feira”, no parque de feiras local, explicou à Lusa fonte da PédeXumbo.

Os bailes serão animados por grupos provenientes de seis países, a saber: Bruno et Maria avec Heiri (Suíça), Duo De Schepper - Souvandjiev, Geronimo e Aérokorda (Bélgica), Balão Power Trio (Brasil), Ulúa, La Rúa Del Bal, Giravolt e Sergio Cobos (Espanha), Lo Stivale Che Bala (Itália) e Burel, Parapente700, Não És Tu Sou Eu, Dahu e Folky Bal'boa (Portugal).

Ao longo de quatro dias, será proposta aos festivaleiros uma “viagem” pelas danças de “vários cantos do mundo, com os momentos de partilha e aprendizagem que são imagens de marca do festival”. “Das danças africanas aos bailes mandados, do forró às danças irlandesas ou às chamarritas dos Açores, as manhãs e os finais de tarde serão dedicados às oficinas de dança”, realça a organização.

Já os concertos têm início às 17h, estando previstas actuações de A Urtiga, Malino ou CaosArte, enquanto, na praça principal da aldeia, com acesso livre, vão actuar quatro formações locais: Grupo Brisas do Atlântico, Al Canti, Banda da Sociedade Filarmónica Corvalense e Grupo de Cantares Encanta Modas.

A ligação do Andanças à cultura alentejana afirma-se também através da realização de oficinas de viola campaniça, com Nelson Conde, e de pintura alentejana, com Alda Garcia, de visitas à Olaria Patalim, em São Pedro do Corval, e à Fábrica Alentejana de Lanifícios, em Reguengos de Monsaraz, e uma sessão de showcooking, seguida de degustação.

Oficinas de relaxamento ou meditação, conversas, sessões de contos, passeios e o Espaço Criança, com jogos, rodas cantadas ou circo, são outras das muitas actividades disponíveis no Andanças, este ano num espaço com lotação para 1500 pessoas.

No Verão de 2016, o evento, que promove “a música e a dança popular enquanto meios privilegiados de aprendizagem e intercâmbio entre gerações, saberes e culturas”, ficou marcado por um incêndio num dos parques de estacionamento, que atingiu total ou parcialmente 458 viaturas.

Em Fevereiro de 2017, o Ministério Público arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo deflagrou.

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