Ângela Ferreira e Catarina Simão na 17.ª Bienal de Istambul

Zip Zap Circus School (2000-22) é o projecto baseado numa ideia do arquitecto moçambicano Pancho Guedes que Ângela Ferreira vai levar à cidade turca, a partir de 17 de Setembro.

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Zip Zap Circus School (2000-22) desenvolve um projecto do arquitecto Pancho Guedes Matthias Knoch

As artistas portuguesas Ângela Ferreira e Catarina Simão estão entre os mais de 80 artistas e colectivos que participam na 17.ª Bienal de Istambul, que irá decorrer a partir de 17 de Setembro naquela cidade da Turquia. A lista de participantes, divulgada no site oficial da bienal, inclui 83 nomes, entre os quais os das artistas portuguesas citadas, mas está “continuamente em actualização”.

A 17.ª Bienal de Istambul, com curadoria de Ute Meta Bauer, Amar Kanwar e David Teh, decorre entre 17 de Setembro e 20 de Novembro.

Ângela Ferreira, cuja participação foi “seleccionada directamente pela equipa curatorial da bienal”, irá apresentar a instalação Zip Zap Circus School, segundo a Direcção-Geral das Artes (DGArtes), num comunicado divulgado esta terça-feira.

Zip Zap Circus School (2000-22) é, de acordo com a DGArtes, que apoia a participação da artista na bienal, “uma estrutura temporária que explora a ideia de arquitectura como algo que se deseja ou um sonho para o qual se trabalha”. “A instalação traduziu uma parte (à escala 1:1) do projecto especulativo que o arquitecto moçambicano Pancho Guedes (1925-2015) concebeu – apresentado pela primeira vez em 1996 –​ como solução para a residência permanente de uma escola para crianças na Cidade do Cabo (a Zip Zap Circus School)”, lê-se no comunicado.

Ângela Ferreira, que nasceu em 1958 em Maputo, concluiu os estudos de artes plásticas na África do Sul e o grau de mestre na Michaelis School of Fine Art, Universidade da Cidade do Cabo. Actualmente vive e trabalha em Lisboa, e lecciona na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde obteve o doutoramento, em 2016.

Com o seu trabalho, que se desenvolve sobretudo em torno do impacto do colonialismo e pós-colonialismo na sociedade contemporânea, representou Portugal na 52.ª Bienal de Veneza, em 2007, e venceu a 11.ª edição do Prémio Novo Banco Photo, entre outros galardões.

Catarina Simão, artista e investigadora, vive e trabalha entre Lisboa, onde nasceu em 1972, e Maputo. Filme, vídeo e instalação são os formatos que trabalha habitualmente, embora também use outros elementos figurativos como fotografia, livros didácticos, desenho e som. Desde 2009, Catarina Simão trabalha com a noção de Arquivo, abordando sobretudo a história anticolonial e de independência de Moçambique. As suas obras já foram mostradas em locais como o Museu de Serralves, no Porto, ou o Museu Rainha Sofia, em Madrid.

A Bienal de Istambul, organizada pela Istanbul Foundation for Culture and Arts (iKSV), foi fundada em 1987 e “tem como principais objectivos a criação de um espaço de afirmação de novas tendências na área da arte contemporânea, assumindo-se como um ponto de encontro e de convergência, em Istambul, entre artistas e públicos de diversas culturas”.

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