Auriol Dongmo sagra-se vice-campeã da Europa no peso

Lançadora portuguesa arrebatou a primeira medalha para Portugal nos campeonatos que arrancaram em Munique.

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Auriol Dongmo bateu o recorde nacional ao ar livre REUTERS/Kai Pfaffenbach

Auriol Dongmo conquistou, nesta segunda-feira, a primeira medalha para o atletismo português nos Campeonatos da Europa da modalidade, que integram este ano os Europeus multidesportos, em Munique. Na final do lançamento do peso, a atleta do Sporting obteve 19,82m como melhor marca, terminando o concurso na segunda posição, com a prata.

No primeiro dia do atletismo no evento, a final do peso feminino contou com duas portuguesas em acção. A Auriol Dongmo juntou-se Jessica Inchude, que terminou na nona posição, com 17,93m, insuficientes para chegar à segunda ronda de lançamentos. Quanto à lançadora nascida nos Camarões, começou com um ensaio a 19,29m, subiu depois para os 19,82m, antes de baixar um pouco para 19,01m.

Na segunda série, a das medalhas, Dongmo começou com um nulo, recuperou para os 19,46m e para os 19,52m, mas já sem conseguir ultrapassar a neerlandesa Jessica Schilder, que arrebatou o ouro com 20,24m - o pódio ficou completo com outra neerlandesa, Jorinde Van Klinken (18,94m).

Foi a primeira medalha de Auriol Dongmo num Campeonato da Europa ao ar livre, depois de se ter sagrado campeã em pista coberta, no ano passado, em Torun. E uma medalha conquistada em circunstâncias difíceis, valendo-lhe, ainda assim, um recorde nacional ao ar livre.

“Não estou satisfeita com o resultado, mas há dias tive uma lesão no braço. Num certo sentido, tenho de ficar contente com esta medalha, porque há dois dias era mesmo muito difícil para mim lançar”, reagiu Auriol Dongmo à RTP, prometendo “continuar a trabalhar” para chegar ao título.

Dupla na final no disco

No lançamento do disco, Liliana Cá e Irina Rodrigues apuraram-se para a final do lançamento do disco, que se realiza na terça-feira à noite (19h55).

Quinta classificada em Tóquio2020 e sexta nos Mundiais de Eugene, há um mês, Liliana Cá arrancou a sua melhor marca do ano, com 65,21m, registo que lhe mudou o semblante, até aí algo mais carregado.

Começou por lançar a 58,60m, passou posteriormente para os 62,78m e, ao terceiro ensaio, conseguiu o objectivo, apurando-se com o segundo melhor ensaio, apenas atrás da croata Sandra Perkovic, quarta nos Jogos Olímpicos, com 65,94m.

No grupo A, que competiu antes, Irina Rodrigues tinha feito 57,04m ao segundo ensaio e o terceiro nulo, terminando em sétimo, o que a fez sofrer até ao fim. Acabou por se apurar com o 12.º e último registo, compensando, assim, o objectivo falhado nos Mundiais.

Pichardo e Pereira na final do triplo

Num evento desportivo em que Portugal marca presença em sete modalidades (atletismo, canoagem, ciclismo, ginástica artística, remo, ténis de mesa e triatlo), é o contingente do atletismo o que concentra maiores esperanças de medalhas.

Até à data, a selecção portuguesa conquistou duas medalhas — à de Auriol junta-se a de ouro de Iúri Leitão, que se sagrou campeão europeu de scratch, no ciclismo de pista —, mas há fortes expectativas de que o palmarés venha a ser enriquecido nos próximos dias.

Até porque Pedro Pablo Pichardo apurou-se com facilidade para a final do triplo salto. Nas eliminatórias, impôs-se com clareza a toda a concorrência, ao saltar 17,36m, o melhor resultado das duas séries de qualificação — só o italiano Emmanuel Ihemeje passou também a barreira dos 17 metros (17,20m).

Tiago Pereira também garantiu um lugar na final, graças a um ensaio de 16,36m, o quinto melhor salto da série em que competiu, sendo que a final está agendada para quarta-feira à noite (19h15).

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