Infiltrado na extrema-direita: Portugal mostra que qualquer país “pode ser infectado”

Poucos conhecem tão bem a extrema-direita como Joe Mulhall. Este antifascista inglês infiltrou-se várias vezes em movimentos radicais para expor o seu perigo ao grande público. Na última década, ideias racistas e xenófobas, antes marginais, ganharam expressão em várias sociedades. “Estamos a perder”, alerta.

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Dia da Independência da Polónia, uma data importante para a extrema-direita internacional Sean Gallup/Getty Images

Bama ofereceu-lhe whisky caseiro com 38 anos. Bama deixou-o dormir na sua casa. Bama enrolou-lhe um charro — de erva americana, fez questão de garantir, não daquela vinda do México. Bama fora um amigo, hospitaleiro como os americanos do Sul sabem ser. Mas Bama chamava “preto” a Obama e receava a guerra civil que julgava iminente — “a primeira coisa que vamos fazer é arrasar as mesquitas”. Bama não se ficava pelas palavras: integrava os Border Keepers of Alabama (Guardiães das Fronteiras do Alabama), uma milícia “caça-migrantes” de extrema-direita, armada com metralhadoras semiautomáticas.

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