“Esgotado”: ir ao Peru e não ver Machu Picchu? Turistas e comerciantes em fúria contra limites de entradas

Bilhete custa quase 40 euros. Para proteger o monumento, Governo impõe agora limite de 5000 visitantes. Entradas esgotam logo, turistas desprevenidos queixam-se de fazerem longas e caras viagens em vão: ficam à porta do céu. É a segunda manifestação às portas da cidadela em duas semanas.

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Turista que fica à porta do céu vive um inferno. Machu Picchu (arquivo) Reuters/REUTERS/PILAR OLIVARES
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Machu Picchu Reuters/ENRIQUE CASTRO-MENDIVIL
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Quando reabriu em Novembro de 2020, após muitos meses de encerramento — abriu uma vez para um turista japonês... —, o Governo peruano decidiu impor limites no número de visitantes, de modo a proteger o monumento, que nos últimos anos muito sofreu com o sobreturismo. As limitações mais recentes levam a que os bilhetes para Machu Picchu esgotem rapidamente e com muita antecedência. Esta sexta-feira, comerciantes e turistas protestaram pela segunda vez em duas semanas contra a medida.

As cenas dos protestos às portas da cidadela inca e na aldeia vizinha que vive deste turismo, Aguas Calientes, têm o seu quê de surreal, mas são bem reais. Com bilhetes esgotados online (alguns são pré-reservados por agências), muitos turistas chegam às vizinhanças à espera de adquirir bilhetes presencialmente, já que uma parte das entradas é reservada para venda directa deste modo. Mas em vão.

“É uma fraude”, diz um turista irritado, que participou nos protestos, citado pela AFP. O visitante contou que pagou 65 dólares pela viagem de comboio desde Ollantaytambo, a cerca de 150 km da área de Machu Picchu. A exemplo dele, muitos outros adquiriram viagens, até programas com guia para conseguirem admirar passo a passo o monumento a 2490 metros de altura, mas sem bilhetes à disposição ficam às portas do céu.

Em Julho, os bilhetes esgotaram rapidamente para entradas até meados de Agosto. O Governo deixou-se convencer pelos protestos e tem vindo a aumentar o limite de entradas: era 3044, aumentou mais mil em Julho e depois mais mil, passando aos actuais 5044 diariamente. Quando reabriu em Novembro de 2020, o número estabelecido pelo Governo era bastante inferior: 675 visitantes por dia.

EPA/Paolo Aguilar
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epa08792216 View of the official act of reopening of Machu Picchu, after the site was closed to visitors since 16 March due to the coronavirus pandemic; in Machu Picchu, Peru, 01 November 2020. After seven and a half months of being closed due to the COVID-19 pandemic, Machu Picchu reopens to tourists under restrictions imposed due to the pandemic. EPA/Paolo Aguilar EPA/Paolo Aguilar
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Ao lado de muitos turistas furiosos estão os comerciantes da zona, que vêem cada vez menos turistas chegarem por causa do numerus clausus que tem por objectivo proteger o monumento Património da UNESCO com mais de meio milénio. Os protestos levaram ao bloqueio da via férrea e são já os segundos a ocorrer em duas semanas.

Em comunicado, o grupo de comerciantes exige a venda de mais bilhetes na loja do ministério da Cultura de Machu Picchu em Aguas Calientes: deve haver “50% dos bilhetes a serem vendidos presencialmente”. Objectivo: “reactivar as nossas economias”. O Governo tem permitido o aumento de vendas presenciais, mas “respeitando os limites diários estabelecidos”.

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O sacerdote Cesar Augusto Salazar reza à frente da cidadela numa cerimónia em 2019 EPA/Ernesto Arias

Online, é essencial reservar com antecedência, e não contar com bilhetes de última hora. Este sábado à noite, por exemplo, no site oficial, havia ainda alguns bilhetes para daqui a 15 dias, mas em horários pouco desejados: as datas e horários com maior procura esgotam rapidamente, inclusive para meses seguintes (a compra online está disponível até 31 de Dezembro apenas).

Há entradas limitadas por circuitos e faixa horária (a partir das 6h-7h até às 14h-15h), e o site mostra o número de bilhetes disponíveis em tempo real. Para 1 de Setembro, por exemplo, havia 30 bilhetes das 7-8h, e cerca de duas centenas por hora à tarde, mas já estava esgotado o período do nascer do sol (+-6h) e os restantes períodos da manhã.

A entrada geral custa 152 (nuevos) Soles, cerca de 38,2 euros.

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