Mónica de Miranda encontrou lugar vivo no passado

Na Galeria Avenida da Índia, em Lisboa, a artista apresenta um conjunto de obras inéditas numa das suas mais ambiciosas exposições: Mirages and Deep Time. Para pensar e transformar a memória da presença africana em Portugal, com uma sensibilidade ecológica e feminista. E imaginar outros lugares e futuros.

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dro daniel rocha 31 julho 2022- PORTUGAL Lisboa artista plástica Monica de Miranda e da sua exposico na Galeria Estado da India 170 Daniel Rocha

Na exposição Mirages and Deep Time de Mónica de Miranda (Porto, 1976), patente na Galeria Avenida da Índia, em Lisboa, há uma obra que se chama A Ilha. É um vídeo onde observamos várias personagens que conversam, caminham e olham. A paisagem é familiar, mas a narrativa não a nomeia. O rio, de margens lamacentas, o matagal que desperta sob o sol, as árvores que ladeiam um carreiro pertencem a lugar sem tempo. O de uma ficção que, criada pela artista, tem o seu princípio numa história esquecida: a das pessoas de origem africana que, no século XVIII, se fixaram na margem esquerda do rio Sado. Não se revele tudo de uma vez. Diga-se apenas, para já, que a história e a ficção, a memória e o presente, a natureza e a cultura são elementos presentes nesta exposição. Expandem-se, portanto, aos restantes trabalhos, todos inéditos: várias fotografias, desenhos, uma instalação e esculturas; mencione-se que, destas, quatro serão activadas, no dia 19 de Setembro, por uma performance da encenadora a actriz Zia Soares.

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