Cartas ao director

Medina contrata Sérgio Figueiredo

A gente lê e não acredita. Eu li e fiquei com vontade de rasgar o cartão de cidadão e mudar de país.

Fernando Medina foi corrido da Câmara de Lisboa deixando atrás de si o pagamento de uma coima de valor superior a um milhão de euros por ter sido condenado pela CNPD por causa da remessa para os dirigentes de países totalitários dos elementos de identificação dos organizadores de acções de protesto.

Só por isso devia ter ficado de quarentena política mas, ao contrário do “princípio de Peter”, foi promovido a ministro. Como ministro, inventando falsas necessidades de governação, nomeou um amigo para o seu gabinete, a preço de ministro. É de amigo, mas fundamentalmente, é um “fartar vilanagem!”

Maria das Dores Pereira, Lisboa

Importa relembrar…

Tem vindo a acentuar-se a ideia de que Portugal corre o risco de ser o país mais pobre da União Europeia. Algo que é possível desmentir derrubando barreiras (…) que se perpetuaram no tempo e são necessárias na construção de uma sociedade sustentada. Por isso, é imperativo e inadiável uma mudança de estratégia de acção tendo em vista alcançar esse propósito com uma atitude ambiciosa e reformista perante os novos desafios do futuro. Porém, gera inquietação a falta de vontade política e de liderança para assumir os erros crassos e as acções discriminatórias que se agudizam nos dias de hoje. Por isso, importa relembrar aos políticos governamentais que a democracia consolidada refuta os ordenados míseros, as reformas indignas (…) e assenta numa igualdade de oportunidades entre cidadãos, e isso, infelizmente, não combina com a realidade actual. Algo que dá azo a comportamentos e atitudes populistas e demagogas e são a verdadeira essência da extrema-direita para sobreviver. E tudo isto põe em causa o sistema democrático cuja passividade alimenta a opinião daqueles que perspectivam ainda construir uma sociedade elitista e ditatorial.

É bom que tenhamos consciência do referido, pois, a mesquinhez moral da argumentação para justificar a situação do país é a face mais visível da incapacidade do Governo para proporcionar aos portugueses um modo de vida de acordo com o europeu.

Manuel Vargas, Aljustrel

A privatização dos CTT foi e é nefasta

A privatização dos CTT promovida pelo governo de Passos Coelho foi nefasta e continua a ser... Os velhos pensionistas/reformados são os mais penalizados e sofridos com o encerramento das estações de correio, cada vez em menor número. A degradação destes serviços (que deviam ser) públicos, privam as populações, deixando-as arredadas destes serviços essenciais.

Na minha zona, uma aldeia, a distribuição, na melhor das hipóteses é feita uma vez por semana(!). Muitas, mesmo muitas vezes as cartas para pagamento de água ou electricidade chegam com o prazo já expirado, acarretando prejuízos para os destinatários. Quem paga estas alcavalas? Sei por experiência própria! A administração dos CTT despreza o serviço postal em detrimento da concentração de interesses no Banco CTT... No interior, onde muitas estações foram encerradas, o preço e a inexistência de transportes colectivos para se poder levantar a pensão\reforma é uma realidade, bem como a redução do número de trabalhadores e o atraso na distribuição da correspondência.

O cumprimento das cláusulas contratuais há muito que é desrespeitado e o Governo não é capaz de exigir junto do conselho de administração dos CTT que corrija as anomalias, sendo muitas e recorrentes. Este executivo, que diz ser socialista, já tinha tido a obrigação de cancelar o contrato ou proceder à reprivatização. O comportamento dos decisores dos CTT é inqualificável.

Vítor Colaço Santos, São João das Lampas

Jornada Mundial da Juventude

Sem me pronunciar sobre as verbas da JMJ, sobre o seu carácter transitório ou definitivo e a quem compete suportá-las, julgo importante debater também as seguintes questões: 1. prevendo-se uma afluência superior a um milhão de pessoas, têm sido insuficientes as informações sobre as condições de segurança para evitar os riscos de esmagamento por movimentos aleatórios da multidão (stampede), aliás definidas na portaria 135/2020. Dada a estrutura do evento, são preocupantes a limitada largura da ponte sobre o Trancão (5 metros, sem grande capacidade de escoamento) e a proximidade do IC2 e do caminho-de-ferro; 2. tendo a Resolução do Conselho de Ministros 45/2021 determinado o encerramento do terminal rodoferroviário da Bobadela até Dezembro de 2026 (parque norte), apela-se que seja revista a decisão mantendo em operação pelo menos o parque norte (11 hectares), atendendo a que a sua deslocalização implica prejuízos para a actividade económica (movimentação anual de todo o terminal: 4000 comboios e 180.000 contentores), sendo razoável a convivência de zonas de lazer e zonas de actividade económica.

Fernando Santos e Silva, Lisboa

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