Susana Peralta: “Não é com bondade que se resolvem os problemas do mundo”

Para a professora de Economia e colunista do PÚBLICO, o cúmulo da miséria é a “vida de cão” de “não poder dizer que não”.

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A ocupação favorita de Susana Peralta é cozinhar com música em volume elevado Daniel Rocha

Qual a sua ideia de felicidade perfeita?
Jantar com o Jarvis Cocker.

Qual é o seu maior medo?
Que o meu filho ou as minhas filhas não tenham saúde.

Na sua personalidade, que característica que mais a irrita?
O optimismo de achar que o meu dia tem mais de 24 horas.

E qual o traço de personalidade que mais a irrita nos outros?
A arrogância de quem se acha acima das regras que se aplicam às restantes pessoas.

Que pessoa viva mais admira?
O Manuel João Vieira.

Qual a sua maior extravagância?
A marca da colorida e extraordinária colecção de panelas e frigideiras com as quais cozinho.

Qual o seu estado de espírito neste momento?
Apreensiva pela figura que estou a fazer a responder a estas perguntas.

Qual a virtude que pensa estar sobrevalorizada?
A bondade. Não é com bondade que se resolvem os problemas do mundo. E até atrapalha porque desvia o foco do essencial.

Em que ocasiões mente?
Quando estou atolada no pântano da minha inbox.

O que menos gosta na sua aparência física?
A meia dúzia de cabelos brancos.

Entre as pessoas vivas, qual a que mais despreza?
Xi Jinping.

Qual a qualidade que mais admira numa pessoa?
O sentido de humor.

Diga uma palavra — ou frase que usa com muita frequência.
Mudar Portugal para Espanha (não é minha, é do Candidato Vieira).

O quê ou quem é o maior amor da sua vida?
O Jarvis Cocker. Mas infelizmente ele não sabe.

Onde e quando se sente mais feliz?
Em concertos das minhas bandas favoritas.

Que talento não tem e gostaria de ter?
O talento de identificar o melhor, o pior, o mais e o menos disto e daquilo para poder responder a este questionário com mais sossego.

Se pudesse mudar alguma coisa em si o que é que seria?
A idade.

O que considera ter sido a sua maior realização?
Ter parido as minhas duas filhas e o meu filho como quis.

Se houvesse vida depois da morte, quem ou o quê gostaria de ser?
Uma pop star. Indie pop star.

Onde prefere morar?
Em minha casa: a luz de Lisboa é linda e eu tenho o rio à porta.

Qual o seu maior tesouro?
A minha conta Spotify premium family. Antes do upgrade, as minhas playlists resvalavam para os gostos dos meus filhos. E ninguém merece ouvir Morrissey seguido de Black M.

O que considera ser o cúmulo da miséria?
Vida de cão é não poder dizer que não.

Qual a sua ocupação favorita?
Cozinhar. Com música em volume elevado.

A sua característica mais marcante?
Não me levo muito a sério.

O que mais valoriza nos amigos?
O património emocional comum que nos permite perceber as piadas parvas uns dos outros.

Quem são os seus escritores favoritos?
A Virginie Despentes e o Michel Houellebecq.

Quem é o seu herói de ficção?
La Hyène dos livros da Virginie Despentes.

Com que figura histórica mais se identifica?
Colide com esta coisa de não me levar a sério. Não me identifico com figuras históricas. O David Bowie é uma figura histórica?

Quem são os seus heróis na vida real?
As mulheres que não tiveram as mesmas oportunidades do que eu para serem donas do seu destino.

Quais os nomes próprios de que mais gosta?
O do meu filho e os das minhas duas filhas. Mas não os nomeio.

Qual o seu maior arrependimento?
Não ter ido ver os Pulp a Paredes de Coura em 2011. Tinha uma filha de 9 meses e não sabia que era a última oportunidade.

Como gostaria de morrer?
Com tempo para me despedir de quem mais gosto.

Qual o seu lema de vida?
Aproveitá-la.

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