Israel mata comandante das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa

Ibrahim al-Nabulsi escapou a várias tentativas de captura nos últimos meses e foi morto na Cisjordânia. Com ele morreram mais dois palestinianos e pelo menos 44 ficaram feridos.

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Centenas de pessoas acompanharam o corpo de Al-Nabulsi, considerado um mártir pelos palestinianos RANEEN SAWAFTA/Reuters

O Exército israelita matou três palestinianos durante uma rusga esta terça-feira em Nablus, na Cisjordânia, incluindo um líder das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, o braço armado da Fatah.

A operação militar começou de madrugada e só terminou depois de um longo tiroteio em que, segundo o Ministério da Saúde palestiniano, ficaram ainda feridas pelo menos 44 pessoas. A rusga aconteceu menos de dois dias depois de Israel e a Jihad Islâmica terem acordado um cessar-fogo que pôs fim a três dias de bombardeamentos e lançamento de rockets que provocaram mais de 40 mortos e centenas de feridos na Faixa de Gaza.

Ibrahim al-Nabulsi, comandante das Brigadas de Al-Aqsa, estava barricado numa casa do centro antigo de Nablus que os soldados israelitas cercaram por volta das 5h locais (3h em Lisboa). O combatente “recusou render-se e foi defendido por outros palestinianos armados”, diz o jornalista John Holman, da Al Jazeera.

Al-Nabulsi era um dos homens mais procurados pelas forças israelitas, que há vários meses o tentavam capturar. A sua morte foi confirmada pelo Exército de Israel, apelidando-o de “terrorista”, e mais tarde pelo Ministério da Saúde palestiniano. O jihadista deixou gravada uma mensagem que correu nas redes sociais a par de fotografias que mostram dezenas de pessoas a carregarem o seu corpo. “Cuidem da nossa terra. Estou cercado mas lutarei até me tornar um mártir. Amo a minha mãe. Não abandonem as armas”, pediu Al-Nabulsi nessa última mensagem.

Além dele, na rusga foram também mortos Islam Suboh e Jamal Taha, que eram igualmente procurados.

De acordo com o Exército israelita, Ibrahim al-Nabulsi liderou milícias responsáveis por ataques a soldados e civis na Cisjordânia. “A eliminação do terrorista é mais um passo na nossa luta impiedosa contra o terrorismo”, declarou o primeiro-ministro, Yair Lapid, num comunicado.

Já o primeiro-ministro palestiniano, Muhammad Shtayyeh, acusou Israel de estar a levar a cabo “um processo de limpeza étnica” e de recorrer a “práticas terroristas”.

Pelo menos 129 palestinianos foram mortos por forças israelitas desde o princípio de 2022.

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