Dinamarca: sociais-democratas pressionados a marcar eleições numa altura em que podem perder maioria

Sondagem dá maioria aos partidos de direita. Percentagem de inquiridos que consideram que o Governo está a fazer um mau trabalho, passou de 27% para 34%.

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A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen IDA MARIE ODGAARD/EPA

O Governo da primeira-ministra Mette Frederiksen está a ser pressionado para antecipar as eleições dinamarquesas para Setembro, numa altura em que o Partido Social Democrata está em baixa nas sondagens e a coligação parlamentar de que depende não conseguiria alcançar a maioria.

Segundo a sondagem publicada esta segunda-feira pelo site Ritzau, os sociais-democratas têm 22,9% das intenções de voto (menos três pontos percentuais que nas eleições de 2019) e os partidos que apoiam o actual executivo ficam-se pelos 47,5%.

A oposição de direita conseguiria chegar aos 50%, sobretudo pela emergência de um novo partido anti-imigração liderado pela antiga ministra Inger Stojberg, condenada por separar ilegalmente famílias de refugiados, em 2016, quando estava no Governo. Os Democratas Dinamarqueses, assim se chama a nova formação política, aparecem com 11,2% das intenções de voto.

Na sexta-feira, uma sondagem divulgada pelo canal de televisão público DR dava conta de uma subida a pique da impopularidade da primeira-ministra, com 34% dos inquiridos a considerar que Mette Frederiksen está a fazer um mau trabalho, uma subida substancial em relação a Maio (27%) e um ponto percentual acima do anterior máximo de impopularidade atingido em Dezembro.

Também a sua taxa de aprovação caiu, embora menos acentuadamente, passando de 45% para 43%.

Embora o prazo para convocar novas eleições vá até Junho de 2023, um dos partidos que apoia o Governo ameaça romper o acordo se as eleições não forem convocadas antes do mês de Outubro, altura em que está previsto arrancar a próxima sessão legislativa.

A descida da popularidade da primeira-ministra parece estar directamente relacionada com o abate de visons em 2020 por causa da pandemia de covid-19, provocada por temores de contaminação, mas que a Justiça considerou ilegal.

A questão valeu a Mette Frederiksen uma repreensão no mês passado, evitando um processo de destituição.

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