João Matias ganha sprint em Viseu e “bisa” na Volta a Portugal

Etapa que antecede o dia de descanso ficou marcada por uma fuga que esticou ao máximo e só foi anulada nos últimos três quilómetros.

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EPA/PEDRO SARMENTO COSTA

João Matias (Mortágua) venceu, esta segunda-feira, ao sprint, na chegada a Viseu, repetindo na quarta etapa da Volta a Portugal 2022 (3h55m11s) o triunfo de Castelo Branco, num dia marcado por uma fuga de uma dezena de ciclistas sem consequências para o líder, Maurício Moreira (Glassdrive), que mantém a camisola amarela.

O facto de o grupo de fugitivos ser composto por “representantes” de metade das equipas em competição - Bruno Silva (Mortágua), Joaquim Silva (Efapel), Afonso Silva (Simoldes), Alvaro Trueba (Tavira), Joseba López (Caja Rural), Óscar Pelegrí (Burgos-BH), Peio Goikoetxea (Euskaltel Euskadi), Robin Carpenter (Human Powered Health), Rafael Reis (Glassdrive) e José Mendes (Louletano) - contribuiu para uma certa apatia do pelotão.

A expectativa levou a uma diferença de seis minutos a cerca de 60 quilómetros da meta, altura em que a vantagem dos homens da frente começou a cair rapidamente. Com Bruno Silva, a 8m42s do camisola amarela, a assumir-se como o mais bem classificado do grupo de fugitivos, a liderança do uruguaio Maurício Moreira nunca foi verdadeiramente questionada, pelo que a iniciativa do pelotão teria que pertencer aos maiores candidatos a uma discussão ao sprint.

O norte-americano Scott McGill (Wildlife Generation Pro Cycling), vencedor da primeira etapa, em Elvas, era um dos que não tinha de preocupar-se em atacar um companheiro de fuga e por pouco não conseguiu a segunda vitória da carreira, batido por Matias sobre a linha. A colombiana Electro Hiper Europa também passava pela frente, ajudando a acelerar nos últimos 20 quilómetros, quando a diferença estava já na vizinhança de um minuto.

Com o pelotão à perna, problemas mecânicos de alguns corredores e as primeiras jogadas tácticas a minarem temporariamente a cooperação, o grupo da frente acabou por perder força, terminando a aventura com o pelotão, rebocado pela Caja Rural, a engolir os últimos quatro resistentes a menos de três quilómetros da chegada.

João Matias tinha marcado a quarta etapa, com chegada praticamente em casa, a menos de uma hora de Mortágua, mas a presença de Bruno Silva na fuga, num arranque a alta velocidade (cerca de 50 km percorridos na primeira hora), deixou os planos de Matias em espera.

O medalha de prata dos Europeus de ciclismo de pista de 2021, na Suíça, ainda teve um furo que obrigou a equipa a unir-se para ajudá-lo, o que motivou um agradecimento público: “Não gastei uma pinga de esforço. Vim toda a etapa sentado no sofá e tenho que agradecer a estes companheiros. Tinha marcado esta etapa, mas se vencesse o Bruno Silva ficava igualmente feliz”, disse o novo camisola verde, líder da classificação por pontos.

O pelotão volta na quarta-feira à estrada para cumprir a quinta etapa, entre a Mealhada e Miranda do Corvo (165,7 quilómetros), com chegada de primeira categoria no Observatório de Vila Nova.

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