Para Jane Fonda, a idade é para “continuar a mexer-se”

A actriz faz parte da mais recente campanha da marca de roupa H&M para “pôr o mundo inteiro a mexer-se”. Reflectindo sobre a idade, considera que é importante valorizar o corpo com um bom estilo de vida e muito movimento.

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Em entrevista à Vogue, Jane Fonda reflecte sobre a importância de um corpo em movimento, independentemente da idade EPA/CLAUDIO ONORATI/Arquivo

Há 40 anos, a actriz mostrava a sua paixão pelo exercício físico, com os exercícios Jane Fonda’s Workout, revolucionando o exercício em casa. Agora, aos 84 anos, Jane Fonda procura manter-se jovem, praticando regularmente exercício físico e mantendo o activismo climático. Em entrevista à Vogue, nesta terça-feira, reflecte sobre a importância de um corpo em movimento, independentemente da idade.

A actriz figura na mais recente campanha da marca de roupa sueca H&M, que está a lançar uma nova linha de desporto, Move, ao lado do coreógrafo JaQuel Knight, conhecido pelas coreografias das canções de Beyoncé Single Ladies e Formation. Assente na ambição de “pôr o mundo inteiro a mexer-se”, Jane Fonda admite que o tempo fê-la compreender que “continuar a mexer-se de uma forma adequada para a sua idade é absolutamente crítico para a uma vida saudável” e que para isso “não interessa o quão velho é ou quem é ou onde está”.

Na sua vida pessoal, a activista climática diz não ter problemas em dizer a sua idade. “Tenho quase 85 [anos], mas não pareço tão velha”, declara à Vogue. Para a actriz, é importante tirar o medo do envelhecimento aos mais novos e “ajudar as pessoas a perceber que só porque se tem uma certa idade não significa que se tenha de desistir da vida, desistir de se divertir, desistir de ter namorados ou namoradas [ou] de fazer novos amigos”, exemplifica.

A receita para um bom envelhecimento

Jane Fonda reconhece, e aponta a si própria, certos privilégios: “Sim, Fonda. Tens dinheiro. Podes pagar por um instrutor. Podes pagar por uma cirurgia plástica. Podes pagar por tratamentos faciais. Podes pagar pelas coisas que te ajudam a continuar a parecer nova.” Mas, como tudo, dinheiro nem sempre significa um melhor envelhecimento. “Muitas mulheres ricas fizeram todos os tipos de liftings faciais e coisas do género e parecem horríveis”, avalia.

Embora admita que também já fez cirurgia estética, avança que decidiu parar porque “não quer parecer distorcida”. Agora, Jane Fonda dedica-se a um estilo de vida saudável. “Não faço muitos tratamentos faciais, não gasto muito dinheiro em cremes para a cara ou algo do género, mas mantenho-me hidratada, durmo, mexo-me, mantenho-me afastada do sol e tenho bons amigos que me fazem rir”, resume.

Dormir bem, considera, é o mais importante. A actriz conta que dorme “oito a nove horas todas as noites”. A somar a uma boa rotina de sono, está uma boa alimentação. Com o tempo tem vindo a reduzir o consumo de carnes vermelhas e de peixe, por questões de saúde e ambientais. Diz comer agora muitos vegetais e comida fresca. “Apenas sou cuidadosa com aquilo que como.”

A cereja em cima do bolo é manter o corpo a funcionar. “Ando muito e isso ajuda-me”, conta à Vogue. Jane Fonda lamenta que quando se é mais novo não se dê tanta importância à condição física: “Os jovens nunca se apercebem do quão importante é manter o corpo forte.”

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Jane Fonda figura na mais recente campanha da marca de roupa H&M, ao lado do coreógrafo JaQuel Knight (fotografia à esquerda) INSTAGRAM @JANEFONDA

E assim vai-se mantendo o quão forte possível, mostrando a flexibilidade que lhe resta na nova campanha da H&M. Embora ainda em voga e em movimento, abandonou o mote de décadas passadas “Feel the burn”, popularizado nos seus vídeos de exercício físico, para abrandar na vida: “Slow down”.

Esta não é a primeira vez que Jane Fonda fala abertamente sobre a idade. Em Abril, contou ao programa CBS Sunday Morning: “Estou muito consciente de que me estou a aproximar da morte. E não me incomoda assim tanto. O que me incomoda é que o meu corpo não seja meu, basicamente”. Agora, apesar dessas limitações, mantém o mesmo espírito de antes, descrevendo-se como “actriz, activista e para sempre em movimento”.


Texto editado por Bárbara Wong

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