Biodiversidade

No Sul de França, há um abrigo para os animais selvagens que sofrem com o calor

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Em França, todo o ecossistema está a ser profundamente afectado, não só pelo calor mas também pela seca prolongada, tornando cada vez mais difícil que os animais selvagens encontrem comida e água. Ao Centre de Soins de la Faune Sauvage, um centro de abrigo para animais selvagens na região Sul dos Alpes Marítimos, a cerca de uma hora da cidade de Nice, chegam cada vez mais animais desidratados, desorientados e famintos. Sobretudo animais mais jovens, que estão a sair do ninho prematuramente em busca de ar fresco.

“Torna tudo mais complicado porque as crias, como o ouriço bebé ou as crias de andorinhões que recebemos, saem do ninho mais cedo porque estão a tentar fugir do calor", explicou à agência Reuters a cuidadora Laura Borderes. "É aí que se torna problemático, porque eles não conseguem ainda ser autónomos, então resgatamo-los e cuidamos deles. Mas quantos mais há, mais trabalho temos e mais complicado se torna.” Os impactos, explica, podem piorar nos próximos meses."Estamos a viver uma seca muito complicada e se não chover em breve, penso que será muito difícil para a fauna selvagem, e flora selvagem também. Este é um Verão muito, muito, muito quente."

A alimentação disponível é um dos maiores problemas. Muitos dos animais que chegam ao abrigo vivem de uma dieta de insectos, cuja reprodução caiu a pique devido ao clima quente e seco, destruindo os ambientes húmidos de que precisam para se reproduzir, além de serem afectados pelo uso de agrotóxicos, acrescentou Helene Bovalis, fundadora do centro.

Para proteger a vida selvagem, defende Helene Bovalis, é preciso olhar para a perda de biodiversidade como um problema de saúde que afecta todos. “Globalmente, as mudanças climáticas têm impacto na saúde humana, mas estamos a lidar com aquilo a que chamamos 'One Health', ou seja, "uma só saúde", o que quer dizer que a saúde dos animais, a saúde dos humanos e da biodiversidade como um todo, é a mesma saúde."