Foram quatro, mas o Benfica poderia ter marcado o dobro na pré-eliminatória da Champions

O ala brasileiro David Neres, uma das principais contratações dos “encarnados”, fez o que quis da defesa do Midtjylland na Liga dos Campeões, criou dois golos para Gonçalo Ramos e encaminhou um resultado que ainda foi dilatado por Enzo e novamente por Ramos.

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Gonçalo Ramos marcou três golos LUSA/MIGUEL A. LOPES
Jogadores do Benfica celebram na Luz
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Jogadores do Benfica celebram na Luz LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Roger Schmidt EPA/MIGUEL A. LOPES
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O Benfica foi sempre mais forte do que o seu adversário dinamarquês LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Momento do jogo entre o Benfica e o Midtjylland LUSA/MIGUEL A. LOPES

O treinador do Midtjylland tinha dito que um bom resultado no Estádio da Luz, nesta terça-feira, seria um que mantivesse os dinamarqueses vivos na eliminatória, mas não é propriamente isso que leva da primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O Benfica venceu por 4-1, um resultado claro e que, pela evidente diferença de valências entre as equipas (e a inexistência da regra dos golos fora), dificilmente permitirá aos escandinavos algo mais do que cumprirem calendário daqui a uma semana, na Dinamarca.

Este jogo começou com uma postura surpreendentemente ousada do Midtjylland, que entrou na partida com uma pressão bastante alta durante cerca de 15 minutos.

Aos 12’, a equipa escandinava conseguiu mesmo aproveitar aquilo que já se identificou como limitação do Benfica de Roger Schmidt, conseguindo uma transição de três contra dois, com a equipa “encarnada” totalmente balanceada para o ataque. Houve, porém, má definição de Sisto, que quis a jogada individual quando poderia isolar um colega.

Coincidência ou não, o Benfica acabou por estabilizar após esse susto, sobretudo porque conseguiu começar a ultrapassar em posse a linha de pressão dinamarquesa, obrigando o adversário a baixar mais o bloco e esfriar a audácia posicional – algo que pareceu ser promovido pela fase em que Enzo começou a tocar mais na bola, dando uma qualidade diferente nos passes verticais da dada até então por Morato (vários passes falhados).

Curiosamente, até foi quando o Midtjylland baixou um pouco mais o bloco (ainda que não demasiado) que o espaço começou a surgir. O Benfica insistiu bastante em desenhos nos quais atraía o Midtjylland ao lado esquerdo, para depois atacar rapidamente pelo flanco oposto, apostando na demora dinamarquesa em rodar deslizar o posicionamento defensivo – e era nessa zona livre que “morava” David Neres.

Aos 17’, o desenho do Benfica criou condições para o um contra um de Neres, que embalou, ganhou a linha e cruzou de pé direito para o cabeceamento de Gonçalo Ramos. Aos 33’, o desenho do Benfica criou condições para o um contra um de Neres, que embalou, ganhou a linha e cruzou de pé direito para o cabeceamento de Gonçalo Ramos.

A repetição das frases não é engano – os dois primeiros golos do Benfica foram em tudo semelhantes, com o jogador brasileiro a mostrar o quanto vale um ala com algum perfil ambidestro e que tanto consegue movimentos interiores como exteriores, por comparação com outros mais unidimensionais nos dribles. E ainda provou isso mesmo aos 18’, com um lance da direita para o meio, que foi defendido para canto.

Ainda houve lances de Grimaldo e Rafa (este isolou-se, mas preferiu servir Ramos, que chegou atrasado), mas foi uma receita já muito “cozinhada” neste Benfica que ofereceu o 3-0: a bola parada.

Aos 40’ houve canto de João Mário na esquerda, propositadamente batido ao segundo poste, onde houve remate de primeira de Enzo.

Mais fácil

Estava tudo fácil para o Benfica, com um jogo facilitado pela bola nos pés de Enzo, o desenho repetido de atrair a um lado para ferir pelo outro e, claro, a qualidade técnica de Neres e a finalizadora de Ramos.

Quando o Benfica poderia baixar o ritmo e controlar o jogo com bola, aconteceu o oposto: mais vertigem, até pela desorganização crescente na equipa do Midtjylland, que começou a preocupar-se em demasia com o portador na bola e descurar o posicionamento defensivo em bloco.

Houve oportunidades de Ramos (duas vezes), João Mário e Neres, antes do hat-trick do avançado português aos 61’ – foi um lançamento lateral de Gilberto para os pés de Rafa, que cruzou para Ramos fazer uma recepção orientada para o remate à meia-volta.

O Midtjylland ainda reduziu por Sisto, num penálti “à Panenka”, mas nada mais mudou num jogo feito.

Neste jogo houve uma alteração profunda do conto bíblico que falava da incapacidade teórica de David frente a Golias – desta vez, foi o David que fez do Benfica um Golias. O ala brasileiro David Neres, uma das principais contratações dos “encarnados”, fez o que quis da defesa do Midtjylland, criou dois golos para Gonçalo Ramos e encaminhou um resultado que ainda foi dilatado por Enzo, novamente por Ramos.

E também o avançado português teve uma noite de sonho, com três golos que até poderiam ter sido cinco ou seis só na conta pessoal.

Midtjylland entrou forte

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