Inflação voltou a subir em Julho na Alemanha

Indicadores publicados esta quinta-feira parecem mostrar que redução da inflação que se tinha registado em Junho foi fenómeno pontual e que pressões inflacionistas ainda não estão a recuar na maior economia da zona euro.

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Instalações do Nord Stream 1 na Alemanha Reuters/HANNIBAL HANSCHKE

A esperança, alimentada pelos dados de Junho, de que a inflação na maior economia da zona euro poderia ter já começado a recuar foi fortemente abalada por uma nova subida deste indicador em Julho, anunciada esta quinta-feira pelo gabinete estatístico alemão.

De acordo com a estimativa rápida publicada pelo Destatis, a taxa de inflação homóloga subiu em Julho dos 8,2% do mês anterior para 8,5%. Foi assim retomada a tendência de agravamento deste indicador, que tinha sido interrompida em Junho, quando a taxa de inflação recuou dos 8,7% de Maio para 8,2%.

O resultado divulgado esta quinta-feira desiludiu a maior parte dos analistas que estavam à espera de ver novos sinais de que, ao nível dos preços, o pior já tinha passado para a economia alemã. Em média, os analistas contactados pela Reuters, antes do anúncio dos dados oficiais, projectavam uma nova descida da inflação para 8,1%.

Mais uma vez, a influenciar decisivamente a evolução dos preços na Alemanha, esteve a pressão a que o país está a ser sujeito ao nível dos fornecimentos de gás, que são essenciais para a produção e para o preço da energia que chega aos consumidores finais. Nas últimas semanas, alegando problemas técnicos, a Rússia tem vindo a limitar o fornecimento de gás à Europa realizado através do gasoduto Nord Stream 1, o que acaba por afectar os níveis dos preços da energia.

A subida da inflação na Alemanha registada em Julho constitui igualmente mais um motivo para pensar que o Banco Central Europeu (BCE), que subiu as suas taxas de juro pela primeira vez desde 2011 na semana passada, deverá, em Setembro, repetir a mesma acção.

Na conferência de imprensa da última reunião, de onde saiu uma subida de taxas de 0,5 pontos percentuais, a presidente do BCE voltou a confirmar que uma nova subida deverá ocorrer em Setembro, mas fez depender a dimensão do movimento de alta (mais 0,25 pontos ou mais 0,5 pontos) dos dados económicos que viessem entretanto a ser conhecidos.

Entre os analistas, a expectativa é a de que apenas um recuo da inflação na zona euro, acompanhado por sinais fortes de estagnação da economia, podem levar o BCE a suavizar a forma como pretende realizar a viragem da política económica nos próximos meses.

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