Expectativa dos consumidores europeus sobre evolução económica recua para níveis de Abril de 2020

Sentimento económico está em queda na UE e zona euro, com dois dos maiores parceiros comerciais de Portugal, Espanha e Alemanha, a liderarem o decréscimo face a Junho. Portugal contraria média, mas já tinha recuado para níveis semelhantes ao arranque da pandemia de covid em Março passado.

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Em contraste com resto da UE, em Portugal o indicador de confiança dos consumidores aumentou em Julho Rui Gaudencio

A confiança dos consumidores europeus voltou a recuar em Julho, cerca de três pontos face a Junho, de acordo com os dados hoje divulgados pelos serviços da Comissão Europeia para a economia e finanças.

“A nova queda substancial da confiança dos consumidores (-3,0)”, explica a DG Ecfin, é fruto de um maior pessimismo dos agregados familiares europeus nos quatro componentes da análise, nomeadamente sobre “a sua situação financeira passada e às perspectivas sobre a sua situação financeira futura”, que “atingiram mínimos históricos”. Em paralelo, “as suas intenções de fazer compras importantes e as expectativas sobre a situação económica geral caíram para os níveis mais baixos desde Abril de 2020” – o primeiro mês a seguir à pandemia covid-19 ter sido decretada mundialmente.

Globalmente, o indicador de sentimento económico – que junta às perspectivas de consumidores a dos empresários – recuou quer na União Europeia (menos 4,2 pontos para 97,6) e no conjunto dos 19 Estados da zona euro (menos 4,5 pontos, para 99), “caindo para níveis abaixo da sua média de longo prazo”.

“Na UE, a queda no Indicador de Sentimento Económico [ESI, na sigla em inglês] em Julho deveu-se a perdas significativas” na confiança dos consumidores, mas também dos sectores da “indústria, serviços, comércio a retalho”, enquanto “a confiança na construção diminuiu mais suavemente”.

Desagregado por países “o ESI caiu acentuadamente em quatro das seis maiores economias da UE, Espanha (-5,0), Alemanha (-4,9), Itália (-3,4) e Polónia (-3,2), embora se tenha mantido em geral estável em França (-0,1) e nos Países Baixos (+0,2)”.

Portugal contraria

Em Portugal, o indicador de confiança dos consumidores aumentou em Julho, após ter diminuído no mês anterior, e o indicador de clima económico subiu, depois de ter diminuído em Maio e Junho, mas mantendo-se abaixo do pico de Fevereiro.

De acordo com os ‘Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores” também esta quinta-feira divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “o indicador de confiança dos consumidores aumentou em Julho, após ter diminuído no mês anterior, mantendo-se num patamar relativamente estável desde a segunda queda mais intensa da série registada em Março, só superada pela de Abril de 2020 no início da pandemia”.

Quanto ao indicador de clima económico, “aumentou em Julho, depois de ter diminuído em Maio e Junho, permanecendo num nível inferior ao observado em Fevereiro quando tinha atingido o máximo desde Março de 2019”.

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