PCP exige ao Governo que acabe com “remendos” nas polícias e adopte medidas estruturais

O partido liderado por Jerónimo de Sousa considera que colocar esquadras móveis em zonas mais turísticas não resolve o problema.

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Ministro da Administração Interna anunciou que a PSP vai testar unidades móveis de atendimento no Porto LUSA/RODRIGO ANTUNES

O PCP exigiu nesta quarta-feira ao Governo que acabe com a “política de remendos”, adopte medidas estruturais para responder à falta de efectivos na polícia e considerou que as “esquadras móveis” não são solução.

Em comunicado, o PCP considerou que o Governo “optou por medidas paliativas e dilatórias sem medir tudo o que envolve determinadas opções”, considerando que colocar esquadras móveis em zonas mais turísticas não resolve o problema.

“Essa ‘solução’ assente em postos móveis visa não só disfarçar a falta de efectivos como acabar com uma polícia de proximidade e criar super-esquadras”, advertiu o PCP.

Quanto às medidas anunciadas pelo ministro da Administração Interna (MAI) para libertar os polícias de trabalho administrativo visando o reforço do patrulhamento nas ruas, o PCP alertou que esse tipo de trabalho “não é um mero aspecto burocrático, como o MAI sabe ou deveria saber”.

“É absurdo considerar que tal trabalho, pela sua natureza, possa ser passível de ser transferido para Juntas de Freguesia ou outros órgãos autárquicos”, considerou o PCP, sustentando que “urge pôr fim a uma política de remendos e começar a responder com medidas de natureza estrutural e abandonar a política do malabarismo e da ilusão e adoptar medidas que respondam de facto aos problemas da Segurança Interna”.

O PCP reclamou medidas de “valorização e dignificação das carreiras, bem como no plano salarial, subsídio de risco e outros apoios sociais”, para garantir “condições de atractividade”.

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, prometeu, na passada segunda-feira, mais polícias nas ruas e defendeu que há um conjunto de participações realizadas nas esquadras que podem ser feitas em outras estruturas, como lojas do cidadão ou juntas de freguesia.

Na sequência do encerramento parcial do atendimento na esquadra do Infante, no Porto, devido à “baixa afluência”, o ministro disse que a polícia do Porto testará, no sábado, um modelo de unidades móveis de atendimento.

“Iremos encetar essa experiência no próximo dia 30 de Julho, sábado, pelas 12 horas, e queremos que essas unidades móveis de atendimento se desloquem nos locais onde há maior afluxo de turismo”, disse o ministro.

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