Avaliação bancária das casas subiu 27 euros por metro quadrado em Junho

Valor mediano fixado em 1407 euros, novo recorde da série. Taxa de variação continuou a acelerar, embora o número de avaliações tenha caído.

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Filipe Farinha/Stills

O receio de recessão económica e a subida das taxas de juro que estão associadas à maioria dos empréstimos bancários ainda não estão a ter impacto no valor das habitações, mas o número de novos pedidos de crédito está a recuar. Em Junho, o valor mediano do metro quadrado dos imóveis, que é um dos critérios que está na base do financiamento, fixou novo recorde, ao subir para 1407 euros, mais 27 euros (ou 2%) do que em Maio.

A variação face ao mesmo mês do ano passado foi de 15,8%, em aceleração face aos 13,9% verificados em Maio, revelam os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Mas se o valor atribuído aos imóveis continua a acelerar, o número de avaliações que estão na base deste cálculo caiu em Junho, por comparação com Maio, que foi um mês de forte crescimento deste crédito. No total, foram realizadas cerca de 29 mil avaliações, menos 3891 que no mês anterior (-11,7%) e em queda ligeira face ao período homólogo (-2,7%).

Do total das avaliações, 18.622 foram de apartamentos e 10.617 moradias.

O maior aumento face ao mês anterior registou-se no Algarve (3%) e a única região que apresentou uma variação em cadeia negativa foi a Região Autónoma dos Açores (-0,7%).

Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a variação mais intensa verificou-se no Algarve (20,4%) e a menor na Região Autónoma dos Açores (6,5%).

Face ao valor mediano nacional, o Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação superiores em 34,7%, 32,9% e 9,9%, respectivamente. Abaixo da mediana do país. Beiras e Serra da Estrela foi a região que apresentou o valor mais baixo em relação à mediana do país (-49,5%).

Por segmentos, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi superior ao das moradias, ascendo a 1563 euros por metro quadrado, uma subida de 16,7% relativamente a Junho de 2021. Neste segmento, os valores mais elevados foram observados no Algarve (1889 euros) e na Área Metropolitana de Lisboa (1861 euros), tendo o Alentejo registado o valor mais baixo (990 euros). O Algarve registou ainda o maior crescimento homólogo (20,9%) e face a Maio (2,7%). A única descida verificou-se na Região Autónoma dos Açores (-1,7%).

Nas moradias, o valor mediano foi de 1122 euros por metro quadrado, o que representa um acréscimo de 12,1% em relação a Junho de 2021, mas apenas uma valorização de 1,6% face a Maio, com o Algarve (1927 euros) a manter a liderança, seguido da Área Metropolitana de Lisboa (1903 euros). Os valores mais baixos foram realizados no Centro e no Alentejo (910 euros e 921 euros, respectivamente). Em termos homólogos, o Algarve apresentou o maior crescimento homólogo (19,6%) e o menor ocorreu no Alentejo e na Região Autónoma dos Açores (8,2%).

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