Rega pode estar comprometida em Arcossó, onde há uma barragem que quase não tem água

Situação hidrológica é preocupante em Arcossó, freguesia pertencente ao concelho de Chaves. A albufeira da barragem localmente conhecida como Nogueirinhas está com apenas 7% da capacidade total.

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Barragem de Fontelonga, em Carrazeda de Ansiães (Bragança), no início de Julho Adriano Miranda

A albufeira da barragem de Arcossó, freguesia do concelho de Chaves, está com apenas 7% da capacidade total e a rega poderá ficar comprometida nos próximos dias. O alerta foi feito por José Teixeira, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários da Veiga de Chaves, que possui à volta de 2500 sócios. “Estamos mesmo no limite, praticamente não temos água”, afirmou, esta terça-feira, o responsável.

Existem em Chaves cerca de 16 mil parcelas agrícolas (superfícies contínuas de terras, declaradas por um único agricultor, com um único grupo de culturas). Elas estão organizadas por dois blocos, um dos quais é, em termos hídricos, abastecido pela barragem de Arcossó, localmente conhecida como Nogueirinhas. O outro é abastecido pelo rio Tâmega.

Na região, as culturas predominantes são o milho, que necessita de muita rega, e ainda a batata e os cereais, sendo que estes já foram praticamente todos colhidos.

José Teixeira refere que, por causa da falta de chuva no território, este tem sido um ano muito complicado para a agricultura. O responsável assinala também que, em Maio, a albufeira da barragem de Arcossó tinha apenas “32 a 33%” da sua capacidade.

“A partir do momento em que não há água, acaba a rega. E não há alternativas. Se a barragem não tem água, não há outra alternativa”, frisa, dizendo: “A minha previsão é a de que vamos ter de fechar a barragem esta semana.

Relativamente às parcelas agrícolas que são abastecidas pelo rio Tâmega, a rega continuará “enquanto o rio quiser e nos der água”, comenta o responsável, assinalando que, se o problema da seca hidrológica se mantiver, certas culturas serão muito afectadas, porque, apesar de “estarem um pouco avançadas”, algumas delas poderão “não chegar a bom termo”.

Questionado sobre se se recorda de algum outro ano com tantas dificuldades, o presidente da Associação de Regantes e Beneficiários da Veiga de Chaves aponta para 2017. “Houve um ano parecido que foi 2017, mas a capacidade inicial [da albufeira] era de cerca de 65% e, no final da rega, tínhamos mais água do que temos agora. Isto é, em Setembro tínhamos mais água do que temos agora, a 26 de Julho”, afirma.

José Teixeira diz que, a nível da região de Chaves, a sensibilização junto dos agricultores para a poupança de água é feita já há alguns anos. O responsável é da opinião de que os agricultores “têm tido um comportamento exemplar”.

O Governo aprovou, na semana passada, novas medidas de combate à seca, que contemplam o racionamento de água em hotéis no Algarve e, também, obras em albufeiras transmontanas.

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