Google bloqueado na região de Donetsk por separatistas pró-russos

A Google é acusada de promover “violência contra todos os russos” e de propagar mentiras vindas dos EUA.

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Em Março, a Google foi definida como uma empresa “terrorista” pelo regulador de comunicações russo Reuters/ANDREW KELLY

Os separatistas pró-russos da região de Donetsk, no Leste da Ucrânia, bloquearam o acesso ao motor de busca da Google com base em alegadas queixas de “desinformação” e promoção da violência. A informação foi avançada por Denis Pushilin, o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk (DPR).

Numa mensagem publicada no seu canal de Telegram, Pushilin acusou a Google de promover “violência contra todos os russos” e disse que os “manipuladores do governo dos Estados Unidos” eram os culpados. Não foram fornecidas quaisquer provas dessa violência.

A Google não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.

Pushilin sublinhou que a decisão pode ser revertida: “Se a Google deixar de prosseguir a sua política criminosa e regressar à corrente dominante da lei, moralidade e bom senso, não haverá obstáculos ao seu trabalho”, explicou​.

Desde o envio de tropas para a Ucrânia em 24 de Fevereiro, a Rússia e os seus representantes na Ucrânia Oriental acusam as empresas ocidentais de divulgarem propaganda anti-russa e de tomarem uma posição unilateral sobre o conflito. Há meses que as redes sociais Facebook e a Instagram estão bloqueadas na Rússia e na DPR.

Por ora, a Google continua a funcionar na Rússia, mas a empresa tem sido alvo de vários alertas pelos legisladores russos. Esta segunda-feira, a dona da plataforma de vídeos YouTube e do motor de pesquisa Google foi multada em 21,1 mil milhões de rublos (cerca de 364 milhões de euros) por um tribunal russo por falhar repetidamente em remover conteúdo que Moscovo considera falso, nomeadamente, sobre a guerra na Ucrânia.

Em Março, a Google foi definida como uma empresa “terrorista” pelo regulador de comunicações russo. Em causa está o facto de a empresa ter bloqueado os sites dos canais de informação russos Russia Today (RT) e Sputnik na Europa devido à guerra na Ucrânia. A Google também disponibiliza espaço publicitário gratuito para organizações que queiram chegar a pessoas que procurem informação e apoio na Ucrânia.​​

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