#6 O pai na praia

Se a mãe estiver num raio de um quilómetro, os miúdos descobrem-na e vão ter com ela, para choramingar uma bola de Berlim, ou que lhes traga mais água num balde.

Foto
@designer.sandraf

Ana,

Mais um dia de praia, de olho nos toldos vizinhos. Ana, os pais homens dão dez a zero às mães: deitam-se na areia a ler um livro ou a falar ao telemóvel e os filhos não os chateiam. Juro. Vi com os meus próprios olhos.

Se a mãe estiver num raio de um quilómetro, os miúdos descobrem-na e vão ter com ela, para choramingar uma bola de Berlim, ou que lhes traga mais água num balde; mas se não está, resolvem o problema sozinhos. Vão à sua vida, brincam e entretém-se. A sério, temos de os imitar, de fazer como os pais, em lugar de os criticar.


Mãe,

Neste momento estou demasiado cansada para aprender seja o que for, ainda por cima se implicar mudar a minha forma de ser, ou de educar, por isso vou escolher tirar uma lição diferente da sua observação: Os pais (homens) deviam levar mais vezes os filhos à praia sozinhos, enquanto as mães ficam a descansar, mas fora de casa para não se porem a engomar ou a fazer tarefas domésticas.

Parece-lhe bem? Se sim, então partilhe isto com todos os pais que conhece. Incluindo o pai dos meus filhos, evidentemente.


O Birras de Mãe, uma avó/mãe (e também sogra) e uma mãe/filha, logo de quatro filhos, separadas pela quarentena, começaram a escrever-se diariamente, para falar dos medos, irritações, perplexidade, raivas, mal-entendidos, mas também da sensação de perfeita comunhão que — ocasionalmente! — as invade. E, passado o confinamento, perceberam que não queriam perder este canal de comunicação, na esperança de que quem as leia, mãe ou avó, sinta que é de si que falam. Agora, ao longo do Verão, deixam curtos avisos que não são de desprezar. Facebook e Instagram.

Sugerir correcção
Comentar