Taxas Euribor voltam a subir para máximos de 10 anos

Decisão do BCE, de aumentar as taxas de juro de 0,50 pontos percentuais, provoca novos agravamentos nas taxas fixadas no mercado interbancário.

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Custo do dinheiro agrava-se para particulares e empresas com empréstimos Ricardo Lopes

O efeito da subida, mais expressiva do que o previsto, das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE) ainda não estava totalmente descontado no mercado interbancário, onde se fixam diariamente as taxas Euribor. Assim, apesar das subidas dos últimos dias, as taxas que servem de base para os empréstimos à habitação voltaram a aumentar, atingindo máximos de oito e 10 anos. E o ritmo de subida continua a ser elevado.

A Euribor a três meses, a última a entrar em terrenos positivo, a 14 de Julho, avançou esta sexta-feira para 0,2%, mais 0,055 pontos percentuais e um novo máximo desde Setembro de 2014.

O prazo a seis meses, a taxa mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, subiu mais 0,074 pontos percentuais, para 0,706%, novo máximo desde Agosto de 2012.

No prazo de 12 meses também seguiu a mesma tendência, fixando-se em 1,2%, mais 0,058 pontos percentuais e um novo máximo desde Agosto de 2012.

Depois de cerca de sete anos a acumular valor negativo, em poucos meses as taxas Euribor atingiram valores que acabam por ter reflexos significativos nos empréstimos à habitação, novos e já contratados, sujeitos a revisões periódicas. A beneficiar deste movimento, mais em pequena escala, está apenas quem tem poupanças.

A preocupação do BCE para travar a escalada da inflação, que o levou, segundo as palavras da presidente, Christine Lagarde, “a dar um primeiro passo mais largo no processo de normalização das taxas de juro”, abre a porta a novas medidas consistentes para a travar. E a próxima decisão de subida das taxas directoras do BCE acontecerá já em Setembro.

Os receios do corte de fornecimento de gás da Rússia a vários países europeus e a crise política em Itália, que volta às urnas em Setembro, após a demissão de Mario Draghi, são factores que influenciam a fixação das taxas no mercado interbancário, a partir das operações de empréstimo que um conjunto alargado de bancos está disposto a fazer entre si.

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