PS não espera efeito mecânico entre taxas do BCE e taxas no mercado interbancário

O Banco Central Europeu (BCE) subiu esta quinta-feira, pela primeira vez em mais de 10 anos, as suas principais taxas de juro de referência para travar a inflação.

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Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O líder parlamentar do PS defendeu esta quinta-feira que não se espera um efeito mecânico entre a subida das taxas de juro directoras do Banco Central Europeu (BCE) e as taxas formadas no mercado interbancário, que têm impacto no crédito à habitação.

O BCE anunciou esta quinta-feira que decidiu aumentar em 50 pontos base as suas três taxas de juro directoras, a primeira subida em 11 anos, com o objectivo de travar a inflação.

A taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa de 0% para 0,50%, a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez fica agora em 0,75% e a taxa de depósito que estava em terreno negativo (-0,50%) sobe para 0%. Esta subida terá efeitos a partir de 27 de Julho.

“É preciso dizer que algum desse movimento de aumento das taxas de referência por parte do BCE já foi acomodado pelas próprias taxas interbancárias. Por isso, não é esperável um efeito mecânico entre o aumento das taxas de referência do BCE e um efeito na prestação da casa das pessoas”, sustentou o presidente do Grupo Parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias.

Para Eurico Brilhante Dias, as taxas de juros dos créditos à habitação têm vindo a aumentar, embora “para valores ainda particularmente baixos quando se compara com o histórico”.

“Mas isso vai ter um efeito na bolsa dos portugueses, e terá muito provavelmente já no segundo semestre”, referiu. No entanto, numa declaração à agência Lusa, Eurico Brilhante Dias salientou que “o momento em que o Governo apresentará o pacote de apoio ao combate à inflação, em Setembro, coincide com o momento em que se sentirá mais o aumento dos juros nos créditos à habitação”. “O Governo está muito atento ao processo inflacionista, que neste caso terá também no crédito à habitação algum impacto”, acrescentou.

Em comunicado, o Conselho do BCE “considerou apropriado dar um primeiro passo maior, na sua trajectória de normalização das taxas de juro directoras, do que o sinalizado na reunião anterior”, optando por uma subida de 50 pontos base em vez dos 25 pontos base indicados inicialmente. O BCE indicou que nas próximas reuniões continuará a subir as taxas de juro.

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