Encontrado um ovo Fabergé num iate de um oligarca russo apreendido pelo EUA

A confirmar-se a sua autenticidade, a peça de joalharia encontrada pelos EUA será considerada como um dos poucos ovos encomendados pelos czares da Rússia, no final do século XIX e início do século XX, que têm estado desaparecidos e cujo valor ascende aos milhões de dólares.

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Os EUA e os seus aliados ocidentais já apreenderam milhares de milhões de dólares de bens russos desde Março ERIC GAILLARD

Num dos iates de oligarcas russos que os EUA têm vindo a apreender, no âmbito das sanções impostas pelo Ocidente contra Moscovo, foi descoberto o que muito provavelmente será um ovo Fabergé, avança o Guardian. A confirmar-se a sua autenticidade, a peça de joalharia será considerada como um dos 50 ovos que foram encomendados ao joalheiro russo Peter Carl Fabergé pelos czares da Rússia, por altura da Páscoa, no final do século XIX e início do século XX. As peças são símbolo de grande riqueza, ascendendo aos milhões de dólares, e sabe-se que um pequeno número tem sobrevivido ao longo dos anos.

“Vamos ao que interessa: os iates. Temos encontrado algumas coisas realmente interessantes… recuperámos um Fabergé – ou um suposto ovo Fabergé – num desses [iates]”, anunciou na quarta-feira a vice-procuradora-geral dos EUA, Lisa Monaco, durante o Fórum de Segurança, em Aspen. Esta foi uma das descobertas mais “interessantes” que a sua equipa de investigação já fez, acrescentou.

Lisa Monaco não especificou exactamente a qual iate se referia, mas disse que tinha sido enviado das ilhas Fiji para os EUA no mês passado e que estava actualmente ancorado na baía de San Diego, na costa da Califórnia.

“Estamos a trabalhar em conjunto com as autoridades policiais de todo o mundo para podermos realizar buscas a estes iates, certificando-nos de que podemos assumir a autoridade e ir a tribunal, apreendê-los e confiscar os lucros”, sublinhou a vice-procuradora-geral dos EUA.

Segundo recorda o Guardian, os EUA pediram às autoridades de Fiji, precisamente no mês passado, que apreendessem um iate de nome Amadea, que vale 300 milhões de dólares, durante uma das suas travessias pela zona sul do Oceano Pacífico. O iate ficou atracado no cais das ilhas até ao dia 7 de Junho – altura em que o tribunal das Fiji declarou que podia passar para as mãos das autoridades americanas - a aguardar o desfecho do processo judicial no qual se tentava identificar o proprietário do iate. A questão ainda não ficou resolvida, estando agora a ser tratada num tribunal dos EUA.

Enquanto os advogados de Eduard Khudainatov, uma figura russa com ligações ao petróleo, têm insistido que é ele o proprietário do Amadea, as autoridades americanas acreditam que o iate pertence a um dos homens mais ricos da Rússia, Suleiman Kerimov, que já está sujeito a sanções ocidentais.

Desde o mês Março, na sequência das sanções impostas contra Moscovo devido à invasão da Ucrânia, os EUA e os seus aliados ocidentais já apreenderam milhares de milhões de dólares de bens russos, de acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA.​

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