EUA lançam estratégia para antecipar, evitar e responder a atrocidades

Joe Biden quer “evitar futuros genocídios”, criando para isso condições para avaliar conflitos em vários países e compreender em que fase se encontram para actuar no momento certo, tendo como principal objectivo antecipá-los para os poder evitar.

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O Presidente norte-americano afirma que este projecto vem “renovar o seu compromisso” para “evitar futuros genocídios” EPA/JIM LO SCALZO / POOL

O governo dos Estados Unidos anunciou, esta segunda-feira, a implementação daquilo a que chamou de Estratégia dos Estados Unidos para Antecipar, Prevenir e Responder a Atrocidades (USSAPRA). O Presidente norte-americano, Joe Biden, afirma que este projecto vem “renovar o seu compromisso” para “evitar futuros genocídios”. “Violência em massa e atrocidades só podem ocorrer se ignorarmos o ódio e perdermos o controlo da sociedade e das autoridades”, alertou.

No comunicado de apresentação desta estratégia, divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA, pode ler-se: “As atrocidades infligem traumas de longo prazo e destroem vidas e comunidades. As atrocidades podem violar a lei internacional de direitos humanos, contribuir para o deslocamento generalizado, instabilidade regional e internacional e perturbação económica, ameaçando a segurança e os interesses dos EUA e das nações aliadas

Por esta razão, Washington está empenhada em adoptar “medidas efectivas e oportunas” para “antecipar, prevenir e responder a atrocidades” em coordenação com os seus aliados, com a sociedade civil internacional e com os seus parceiros dentro de cada país, sob a coordenação de uma Task Force de Prevenção de Atrocidades, um organismo que vai depender da presidência norte-americana.

Os objectivos principais deste projecto são: identificar, anualmente, no mínimo, os 30 principais países prioritários com maior risco de conflitos; desses 30 países prioritários, desenvolver uma lista curta para uma atenção intensiva da Task Force; utilizar relatórios quantitativos e qualitativos relevantes da sociedade civil; avaliar os esforços actuais, incluindo lacunas que inibem acções suficientes e as ferramentas disponíveis para mitigar os riscos do conflito; desenvolver planos de resposta direccionados para os países prioritários; e, por fim, à medida que novas crises surjam ou sejam antecipadas, coordenar uma resposta adequada a cada ocasião.

Com esta estratégia, Washington “reafirma a promessa da administração de prevenção de atrocidades como um compromisso nacional fundamental e como uma responsabilidade moral básica”, segundo sublinhou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson.

“A violência em massa contra homens, mulheres e crianças na Ucrânia é uma lembrança dos danos indescritíveis desses actos graves e das suas consequências trágicas e traumáticas para as comunidades”, destacou Watson. A estratégia aprovada destaca também o “impacto desproporcional da violência sobre mulheres e raparigas”, incluindo a violência sexual e, portanto, cita “várias ferramentas” para “reconhecer a perda e o sofrimento das vítimas sobreviventes” e “promover a paz, a reconciliação e a democracia.”

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