Literacia financeira de micro e pequenos empresários surpreende pela positiva

Estudo realizado em 14 países da OCDE dá conta de que os conhecimentos financeiros dos portugueses aumentam em função da dimensão do negócio.

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Nelson Garrido

Os empresários de micro e pequenas empresas portuguesas ocupam os primeiros lugares ao nível da literacia financeira entre 14 países da Rede Internacional de Educação Financeira da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento na Europa (OCDE/INFE).

Os resultados do primeiro Inquérito à Literacia Financeira aos empresários (proprietários e gestores) de micro e pequenas empresas em Portugal, divulgado esta segunda-feira, revelam que os empresários portugueses ficam em primeiro lugar no indicador global de literacia financeira nas empresas até nove trabalhadores e em segundo lugar nas empresas entre 10 e 49 trabalhadores.

De acordo com um comunicado do Banco de Portugal BdP), o inquérito realizado online mostra que os conhecimentos financeiros “são mais elevados nos empresários de pequenas empresas do que nos de microempresas, aumentando com o respectivo volume de negócios”.

Direccionado aos proprietários e gestores de micro e pequenas empresas, promovido pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros e pelo Ministério da Economia e do Mar, o inquérito mostra que “a generalidade dos inquiridos tem uma conta bancária para a sua empresa, gerida separadamente da do seu agregado familiar (98,5%), e cerca de metade possui seguros de responsabilidade civil (49,2%), sendo que cerca de 41% referem conhecer o financiamento através do mercado de capitais”, revela o inquérito.

Por outro lado, quase dois terços dos inquiridos em Julho e Agosto de 2021, junto de uma amostra de 1541 empresas com menos de 50 trabalhadores, conhece as linhas de crédito protocoladas com o Estado e mais de um quarto (26,3%) contrata este tipo de crédito, uma realidade a que não será estranha a necessidade de ter recorrido a apoios públicos durante a pandemia de covid-19.

Relativamente à gestão e planeamento das finanças da empresa, mais de metade dos inquiridos (54,8%) recorre a contabilistas e mais de um terço a intermediários financeiros (38,8%) para ajuda na tomada de decisões financeiras, sobretudo relacionadas com contabilidade (69,2%) e impostos (47,7%). A generalidade dos empresários dispõe de meios apropriados (seguros, fundos próprios, dinheiro reservado para emergências) para lidar com imprevistos como o roubo de equipamento.

Os dados obtidos mostram também que a pandemia de covid-19 teve um impacto global negativo em cerca de metade das empresas inquiridas, nomeadamente “na diminuição dos lucros, no volume de negócios e na liquidez, levando quase dois terços a recorreram a medidas de apoio público”.

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