Histórias do Tour: É tigre, mas pouco

Durante toda a Volta a França, o PÚBLICO traz histórias e curiosidades sobre equipas e ciclistas em prova.

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Tony, the tiger” [Toni, o tigre] está a correr na Volta a França 2022. O epíteto, de imponência indiscutível, tem uma explicação que o próprio “dono”, Antoine Duchesne, aponta em poucas palavras. “Tony é a versão inglesa de Antoine e o namorado da minha irmã começou a chamar-me Tony, the tiger”, começa por explicar. Falta a segunda dimensão: a da publicidade.

Duchesne, que curiosamente até é formado em marketing, conta que a escolha da alcunha tem uma origem tão simples como o gosto por uma marca de cereais. “Ele [cunhado] lembrou-se disso porque “Tony, the tiger” é a mascote dos cereais Frosties”, explicou.

Dada a justificação, entra uma questão: será que Duchesne justifica uma alcunha tão imponente? Vincenzo Nibali fez por ser “o tubarão”, André Greipel prestou-se a um bom “gorila”, Mark Cavendish conquistou o direito a ser “o míssil de Man” e Fabian Cancellara correu como “Spartacus” – isto sem ir ao mais longínquo “canibal”, Eddy Merckx. Mas Antoine Duchesne tem tido dificuldades em justificar “Tony, the tiger”.

O corredor canadiano não é, de todo, dos ciclistas mais proeminentes desta Volta a França. Não corre por si próprio e está com a missão de ajudar David Gaudu a levar a camisola da Groupama a um lugar de pódio neste Tour – e o bloco da equipa gaulesa até tem surpreendido pela forma como se tem mantido perto do líder até momentos já avançados das etapas montanhosas.

Mas este ciclista de 30 anos tem uma carreira modesta e parca em vitórias relevantes – talvez o ponto alto tenha sido a camisola da montanha no Paris-Nice 2016, o que atesta bem a falta de resultados de primeiro nível desde ex-campeão canadiano.

Talvez “Tony, the tiger” seja manifestamente exagerado, mas, como domestique, o valor de Duchesne é claro e o corredor já vai na quinta “grande volta”.

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