A “delermite” não se fixou por cá (pour quoi?)

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Pascal Le Segretain/Getty Images

A primeira vez que fui ouvir o disco À Présent (2016), do francês Vincent Delerm, era já bastante tarde para ligar mesmo aos amigos, pelo que enviei a alguns a mensagem que dizia fazer muito tempo que havíamos esquecido de nos lembrar dele. Eu próprio tinha chegado à condição desoladora de há vários só conservar um exemplar do seu terceiro CD, Les Piqûres d’araignée (2006). Delerm foi um nome que circulou entre nós no tempo dos blogues e depois do Facebook. Entretanto, os que lhe deram atenção terão ficado aos poucos a falar sozinhos, e daí ao esquecimento cada qual dirá de si. Neste jornal, no ano de 2009, João Bonifácio traçou-lhe o perfil num misto de texto-entrevista [Erudito e mundano (como as pessoas)] estava ainda recente a edição de Quinze Chansons (2008), “uma espécie de simbiose entre as vertentes dos discos anteriores”, segundo Delerm: as canções “melancómicas” ao piano do álbum homónimo de 2002; a reverberação cinematográfica das orquestrações presentes em Kensington Square (2004); e a pop estival do já citado Piqûres d’araignée, que marcou o encontro de Delerm com o “irmão” irlandês Neil Hannon, cuja popularidade entre nós, a solo ou na banda The Divine Comedy, em discos ou concertos, tem mantido relação proveitosa com o público português, que nunca por cá assistiu a uma actuação de Vincent Delerm (que me recorde…).

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