Governo nomeou mais de 800 funcionários para gabinetes mas cortou despesa com salários face ao executivo anterior

De acordo com dados do Jornal de Notícias , prevê-se uma redução anual de 7,4 milhões de euros em comparação com o último Governo.

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Gabinete de Fernando Medina tem o maior número de funcionários NFS Nuno Ferreira Santos

Desde que entrou em funções, o Governo já nomeou 817 funcionários para os seus gabinetes, o que, segundo o Jornal de Notícias (JN), se traduz numa despesa de 2,53 milhões de euros por mês em salários brutos repartidos pelos 17 ministérios existentes e pelo gabinete do primeiro-ministro.

Feitas as contas, no final do ano, o executivo terá gasto 35,4 milhões de euros, uma diferença de 7,4 milhões face aos 42,8 milhões que o anterior Governo gastou, segundo uma contagem do JN de 2020 feita sete meses depois da tomada de posse do anterior executivo de António Costa. Já no final da legislatura, prevê-se uma despesa de 141,7 milhões de euros.

Embora existam menos dois ministérios do que na legislatura passada, a redução da despesa dos gabinetes pode estar também relacionada com a preocupação do Governo com “as contas públicas” e para “sinalizar” que não fará uma “ocupação total das estruturas, mesmo tendo maioria absoluta, explica ao JN, Patrícia Silva, professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Aveiro.

Sem contar com o ministério do Ambiente e da Acção Climática e três secretarias de Estado, sobre os quais não existem ainda números publicados, a maioria dos funcionários encontra-se nos ministérios das Finanças (64), da Presidência (61) e da Administração Interna (61). Por outro lado, os da Cultura (32), Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (33) e Saúde (39) receberam menos pessoas até agora.

No caso dos salários, a maior despesa verifica-se nos ministérios da Presidência (201,5 mil euros por mês), do primeiro-ministro (200,2 mil por mês) e do Trabalho (185,4 mil por mês). Menos dispendiosos ficam os da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (95,7 mil) e da Cultura (91,6 mil). De acordo com o JN, em vários casos, o orçamento dos gabinetes só paga uma parte do salário dos funcionários, “ficando o resto a cargo do anterior empregador da pessoa em questão – por norma, um serviço público”.

Os valores foram recolhidos do Portal do Governo pelo jornal até 7 de Julho.

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