Sorrento proíbe andar de calções ou biquíni pela cidade: “comportamento indecoroso generalizado”

Há lei nova nesta meca turística da costa italiana: “é proibido circular sem camisa e em trajes de banho por toda a cidade de Sorrento”. Chamam-lhe a lei “antiparolos” e há multas até 500 euros.

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Sorrento Nick Fewings/unsplash

Tem Nápoles por perto, com a sua baía e Vesúvio à vista, belas praias em redor e a costa Amalfitana, e Capri logo ali. Sorrento é uma das mecas turísticas do sul da Itália, mas está cansada de alguns turistas, os dos excessos e os que andam pela cidade como se estivessem na praia. Uma nova portaria da autarquia, e que entrou em vigor este mês, é explícita: “a partir de hoje, é proibido circular sem camisa e com fato de banho por toda a Cidade de Sorrento”.

A razão é logo sublinhada no documento: é “uma má prática e um comportamento que é entendido pelo público em geral como contrário ao decoro e à decência”. A multa estabelecida oscila entre 25 e 500 euros, conforme a gravidade da ofensa.

“Constatámos que a continuação de tal situação, para além de constituir um elemento de desconforto e mal-estar para a população residente e visitantes”, diz o presidente da câmara, Massimo Coppola, citado em nota de imprensa da autarquia, “poderia tornar-se um parâmetro negativo em termos da qualidade de vida no nosso município”.

Assim, quem sair da praia terá de vestir-se mais de acordo com a vida urbana para passear-se pela urbe ou entrar em quaisquer locais. Nada de andar só de calções ou biquíni, nada de troncos nus: tudo vestido com um mínimo de “decoro”. É o próprio Coppola que resume o filme de banhistas a passearem-se sem mais que a roupa de praia: é “um comportamento indecoroso generalizado”.

Assinalando que a regulamentação se tornou conhecida localmente como lei “anti-parolos”, o jornal italiano La Repubblica indica que a medida faz parte do objectivo de Sorrento de ser um destino turístico de qualidade.

E a medida nem é inédita nem nova: Barcelona, por exemplo, proíbe andar em tronco nu pela cidade desde 2013, tal como Maiorca. Mesmo em Itália, cidades como Rapallo, Génova, impuseram proibição idêntica, e em Praia a Mare, na Calábria, a interdição inclui até andar descalço pelas ruas.

Mas, por Itália, de poucas cidades, em matéria de regulamentações, se falará mais do que de Veneza, onde o sobreturismo levou à criação de várias medidas e multas (nadar nus nos canais? 3 mil euros; fazer café no meio da rua? 750 euros - e há mais), e levará em 2023 à obrigação de reserva e pagamento de “bilhete” de entrada.

Ainda em matéria de exemplos de Espanha, outras mecas turísticas em busca de mudar a má fama lançaram várias regulamentações para travar o “turismo de bebedeiras e excessos”, como Ibiza e Maiorca.

Nesta última, ainda há poucas semanas, um grupo de restaurantes tomou a iniciativa de reforçar o renovado “decoro” e fez o mesmo que agora Sorrento: “Não podem entrar aqui vindos directamente da praia ou de estarem a beber na rua”, anunciaram: nada de calções de banho, troncos nus, tops e muito menos disfarces carnavalescos.

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