Pelo menos oito dissidentes das FARC mortos em operação do Exército colombiano

Desde a morte de ‘Ramiro Durán’, ex-comandante das desaparecidas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), na passada terça-feira, mais oito dissidentes deste grupo, quatro homens e quatro mulheres, foram mortos pelo Exército colombiano.

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Ivan Marquez anunciando em 2019 o regresso às armas dos combatentes das FARC FARC VIDEO/EPA/HANDOUT

O Exército colombiano confirmou, neste domingo, a morte de oito supostos membros da liderança dos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), em Caquetá, no sudoeste da Colômbia.

Na operação das Forças Armadas, destacadas nas zonas rurais de Caquetá e Guaviare, oito dissidentes da Primeira Frente das FARC foram mortos, segundo o canal de televisão colombiano Caracol.

Trata-se de quatro homens e quatro mulheres cujo processo de identificação ainda não foi realizado, segundo informam outros órgãos de comunicação e autoridades locais citadas pela Europa Press.

Os agentes que investigam o caso informaram que apreenderam duas armas de longo alcance, seis armas de curto alcance, munições e granadas. Encontraram também dois dispositivos de geoposicionamento, uma base de rádio, um drone, dois computadores e sete telemóveis, entre outros elementos.

Esta estrutura dissidente das FARC é comandada por Néstor Gregorio Vera Hernández, mais conhecido por ‘Ivan Mordisco’, que, actualmente, é o principal líder grupos que não aceitaram o Acordo de Paz de 2016, assinado com o Governo de Juan Manuel Santos, ou a sua falta de aplicação posterior. Assumiu o cargo no final de Maio depois da morte do então líder Miguel Botache, mais conhecido por ‘Gentil Duarte’.

Há cinco dias, Ronald Rojas, de seu nome de guerra ‘Ramiro Durán’, ex-comandante das desaparecidas FARC, negociador do Acordo de Paz de 2016 e uma das figuras mais destacadas no processo de reintegração na vida civil dos ex-combatentes, foi morto a tiro no departamento de Huila, no Oeste da Colômbia. Desde 2020 que denunciava as ameaças de morte que recebia.

Até à data, mais de 320 dos 13.000 ex-membros das FARC que se desmobilizaram e entregaram as armas em 2017 foram assassinados segundo o Instituto de Estudo para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz). O Tribunal Constitucional decidiu, no início deste ano, que o fracasso do Governo do Presidente Iván Duque em proteger os guerrilheiros era uma violação da Constituição. O partido de extrema-direita de Duque, o Centro Democrático, sempre se afirmou como um feroz opositor do acordo.

Este histórico acordo logrou pôr fim a um conflito de quase seis décadas, a desmobilização da guerrilha e a integração dos seus elementos na vida civil.

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