F1: Leclerc superou Verstappen e impôs-se no GP da Áustria
Ferrari foi mais forte nos momentos-chave, numa corrida com uma estratégia surpreendente da Red Bull.
Pela terceira vez neste Mundial de Fórmula 1, Charles Leclerc (Ferrari) venceu uma corrida. Foi no circuito de Red Bull Ring, em Spielberg, num Grande Prémio da Áustria em que alternou na liderança com Max Verstappen (Red Bull), mas em que mostrou superioridade nos momentos-chave, ultrapassando Sergio Pérez no segundo lugar do campeonato - está a 37 pontos do primeiro posto.
A corrida foi lançada nas bases dos dias anteriores, com Max Verstappen a manter a primeira posição e a agarrar a liderança com relativa naturalidade. Mas a perseguição dos Ferrari foi imediata e, à 10.ª volta, Charles Leclerc conseguiu mesmo assumir o comando, depois de uma primeira tentativa falhada de ultrapassagem.
A resposta da Red Bull foi estratégica. À 12.ª volta, Verstappen surpreendeu com uma ida às boxes para trocar pneus médios por duros, fazendo durar muito pouco os compostos iniciais. Regressaria à corrida em oitavo lugar, recuperando com facilidade até ao top 3 e voltando a disputar a liderança, mas a Ferrari haveria de responder na mesma moeda.
Leclerc e Sainz trocaram de pneus à 23.ª volta, fizeram a recuperação que se previa e foi com inusitada facilidade que o monegasco voltou a roubar a liderança a Verstappen. Via rádio, o neerlandês queixou-se, então, de instabilidade na frente do monolugar, e o desgaste que os pneus iam acumulando só agravava o cenário.
A vida estava difícil para a Red Bull (que logo nas primeiras voltas vira Sergio Pérez sair para a gravilha, sem não mais conseguir abandonar o último lugar, até abandonar), mas a Ferrari também optou por duas paragens (tal como o líder do Mundial) e, a 21 voltas do final, Leclerc voltou às boxes. Regressou à pista em terceiro lugar, mas apenas a 3,4 segundos do neerlandês.
Durou pouco, porém, a resistência de Verstappen. Muito forte na saída de uma curva em que não conseguiu a ultrapassagem, Leclerc, com enorme capacidade de tracção, voltou a deixar o neerlandês para trás, à 53.ª volta. Por essa altura, era do monegasco a volta mais rápida e tudo corria de feição à Ferrari, que ainda contava com Sainz para pressionar o piloto da Red Bull.
Mas, à 57.ª volta, o monolugar de Carlos Sainz sofreu um problema no motor, começou a incendiar-se e o espanhol foi forçado a abandonar, encostando e saindo do carro para evitar ferimentos. Entrou em cena o safety car virtual e Lewis Hamilton aproveitou para subir ao pódio (posição que manteve até final), ainda que a distantes 27 segundos de Verstappen.
O neerlandês disparou então para volta mais rápida do dia (1m07,275s), mas sem conseguir verdadeiramente baixar da fasquia dos três segundos de desvantagem face ao líder. Até que Leclerc começou a queixar-se de problemas no acelerador, tornando cada vez mais imprevisíveis as últimas seis voltas.
Verstappen aproveitou as circunstâncias para reduzir ligeiramente a margem (para 2,7 segundos primeiro, para 1,9 já na última volta), mas não conseguiu ir mais além. Apesar das dificuldades de última hora, Leclerc contrariou a tendência de não ganhar corridas quando não consegue a pole position e juntou o triunfo na Áustria aos da Austrália e do Bahrein.
“Foi uma corrida muito boa. No início travámos uma luta interessante com o Max, mas no fim tivemos este problema com o carro e, ainda assim, conseguimos segurar a vitória. Sabia que não era um problema com o motor, o pedal não estava a voltar a zero, mas conseguimos terminar a corrida”, resumiu Charles Leclerc.