Biden prepara ordem para proteger acesso ao aborto

Joe Biden pressiona instâncias competentes para que revertam os esforços na limitação da capacidade de acesso a medicamentos abortivos ou de viajar para realizar um aborto noutro Estado. O aborto foi já proibido ou restringido severamente em 21 estados.

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Joe Biden critica a decisão do Supremo Tribunal de eliminar a protecção constitucional ao aborto Reuters/EVELYN HOCKSTEIN

O Presidente norte-americano, Joe Biden, vai anunciar esta sexta-feira uma ordem executiva para proteger o acesso ao aborto, duas semanas após a anulação, nos Estados Unidos, do direito à interrupção da gravidez.

Segundo três fontes citadas pela agência Associated Press, Biden irá ordenar ao Departamento de Justiça e ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos que revertam esforços para limitar a capacidade das mulheres de aceder a medicamentos abortivos aprovados pelo governo federal ou de viajar para realizar um aborto num outro estado.

A ordem executiva daria aos dois departamentos luz verde para lutar nos tribunais para proteger mulheres acusadas de violar proibições ao aborto, já implementadas em 21 dos 50 estados norte-americanos.

A ordem executiva de Biden irá também dirigir as agências do governo para que aconselhem empresas médicas e seguradoras sobre como e quando eles devem partilhar informações privilegiadas de pacientes com as autoridades, num esforço para proteger as mulheres que procurem ou utilizem serviços de aborto.

O Presidente norte-americano irá ainda pedir à Comissão Federal de Comércio que tome medidas para proteger a privacidade dos cibernautas que procurem na Internet informações sobre saúde reprodutiva.

Biden já havia criticado noutras ocasiões a decisão do Supremo Tribunal de eliminar a protecção constitucional ao aborto, em vigor há quase 50 anos, chegando a defender a eliminação da regra de obstrução no Senado para aprovar uma lei que protege o aborto.

Um acórdão do Supremo Tribunal norte-americano revogou, a 24 de Junho, a protecção garantida a nível nacional do direito ao aborto, o que permite a cada estado proibir ou permitir a interrupção voluntária da gravidez. O aborto foi já proibido ou restringido severamente em 21 estados.

A organização Planned Parenthood, que gere a maior rede de clínicas de saúde reprodutiva dos EUA, estima que 26 estados vão acabar por proibir o direito ao aborto em dias, semanas ou meses.

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