Um ditador que não deixa saudades
José Eduardo dos Santos foi um ditador que se serviu do Estado em seu favor e dos seus correligionários, deixando num país potencialmente rico um rasto abjecto de miséria
Todos te amam quando estás morto é o título de uma canção dos The Stranglers e de um livro de Neil Strauss. As declarações oficiais de políticos portugueses a propósito do falecimento de José Eduardo dos Santos confirmaram essa quase-verdade. A perda de uma vida justifica sempre lamento e afecto, mas, no caso de um governante que determinou o infortúnio de milhões de angolanos em 38 anos de poder autocrático, obriga também a uma reflexão e a uma avaliação política do seu legado. Aqui chegados, só pode haver uma tese: José Eduardo dos Santos foi um ditador que se serviu do Estado em seu favor e dos seus correligionários, deixando num país potencialmente rico um rasto abjecto de miséria.
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