Djokovic disputa 32.ª final do Grand Slam com Kyrgios

Ons Jabeur e Elena Rybakina discutem também o título em Wimbledon, já no sábado.

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Novak Djokovic somou 38 winners EPA/NEIL HALL

Nick Kyrgios foi dos poucos a apoiar Novak Djokovic em Janeiro, quando o sérvio foi impedido de participar no Open da Austrália, por não estar vacinado contra a covid-19. A relação entre ambos nunca tinha sido boa, mas melhorou desde então, ao ponto de, no início da semana, Djokovic ter enviado uma mensagem ao australiano: “Espero encontrar-te no domingo.” O desejo tornou-se realidade depois de o sérvio ter derrotado Cameron Norrie na meia-final e estabelecido um recorde de 32 presenças em finais de torneios do Grand Slam, ultrapassando Roger Federer.

Em Wimbledon, esta é a oitava ocasião em que o sérvio vai actuar no derradeiro dia, para tentar coleccionar um sétimo troféu e quarto de seguida. A 27.ª vitória consecutiva de Djokovic em Wimbledon, sobre Norrie (12.º no ranking), terminou com os parciais de 2-6, 6-3, 6-2 e 6-4. O britânico começou melhor, aproveitando algum desconforto do sérvio com o calor, mas, a partir do segundo set, Djokovic foi implacável, subiu o nível de jogo, em especial no serviço, e não voltou a enfrentar qualquer break-point, até concluir com 38 winners, incluindo 13 ases.

Aos 35 anos e 49 dias, Djokovic é o terceiro tenista a alcançar a final de Wimbledon depois de completar 35 anos, juntando-se ao suíço Roger Federer e ao australiano Ken Rosewall (nos anos 70). Mas será uma final diante de um adversário a quem nunca ganhou um set, nos dois duelos travados, ambos em 2017, nos torneios de Acapulco e Indian Wells.

“Kyrgios nunca chegou a finais do Grand Slam, mas entre nós, jogadores, sabemos o quão perigoso ele é, em particular, na relva. Ele está muito confiante no court e, mentalmente, parece estar muito melhor se compararmos com há uns anos. Como fã, estou contente por ele ter chegado à final”, revelou Djokovic.

O próprio Kyrgios (40.º) teve dificuldade em habituar-se à ideia, depois de ter recebido a notícia da desistência de Rafael Nadal. “Tive uma noite de sono desagradável, provavelmente só dormi uma hora, devido a toda a excitação. Estava muito ansioso, senti-me mesmo nervoso, coisa que geralmente não acontece”, contou o primeiro australiano a chegar tão longe no torneio britânico desde Lleyton Hewitt, em 2005.

A conquista do título de pares no Open da Austrália, em Janeiro, poderá ajudar Kyrgios a lidar com a ansiedade nestes últimos dias (quatro, sem competir), mas estar presente na final de Wimbledon já é uma proeza. “Ganhe ou perca, vou ficar feliz. É uma grande ocasião em que nunca pensei participar. Em especial aos 27 anos, quando pensava que estava na fase final da carreira”, disse Kyrgios.

Também a final feminina deste sábado, que opõe duas estreantes neste tipo de encontros, está a criar expectativa. Irá Wimbledon consagrar a primeira campeã árabe de sempre ou será que o torneio que baniu tenistas russos e bielorrussos coroará uma campeã nascida na Rússia?

A sólida exibição da cazaque Elena Rybakina (23.ª), na meia-final diante de Simona Halep, retirou o favoritismo que, à partida, seria inteiramente da tunisina Ons Jabeur (2.ª). E, tal como Kyrgios, também a primeira mulher africana a chegar a uma final de um major desde 1960, está empolgada com a oportunidade de conquistar pela primeira vez um título do Grand Slam. Ainda para mais, no sábado começa o Eid-al-Adha, o segundo mais importante feriado religioso no mundo islâmico. “Vai ser óptimo. É como o vosso Natal”, explicou Jabeur.

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