Arquitectura

Uma casa de cortiça que é como um ser vivo: “É para ir mudando com o tempo”

O oásis foi construído na Aroeira com a intenção de preservar e fazer parte da natureza. A Cork House é da autoria de Inês Brandão, Ana Filipa Santos e Olivier Bousquet.

Tiago Casanova
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Tiago Casanova

Na margem Sul do rio Tejo, no pinhal da Aroeira, assenta um “refúgio” criado no meio da natureza para fazer parte dela. Coberto por cortiça um “material que vive” e “vai ao encontro dos troncos dos pinheiros” , o edifício foi construído com a intenção de “preservar a natureza” o máximo possível, conta a arquitecta Inês Brandão, do atelier com o mesmo nome, ao P3.

O natural enquadra-se na obra logo à entrada. A amendoeira lá disposta personifica “o conceito de que a casa não é estanque”, sendo uma árvore que “vai mudando conforme as estações''. “Do nosso ponto de vista, uma casa é para ir mudando com o tempo, é algo que é quase um ser vivo e não uma coisa estanque.”

O abate de pinheiros foi feito onde “a casa foi implantada”, e em situações impossíveis de “contornar”. “Há muito este conceito de que as árvores são um impedimento para construir”, afirma a arquitecta. Acabaram por plantar novos pinheiros, um deles "na passagem da entrada para a zona social, uma espécie de pátio”. “Claro que temos de ter cuidado”, ressalva Inês Brandão. Contudo, completa, existem “formas de plantar e proteger as raízes de forma a não prejudicar a saúde da casa''.

A obra divide-se em dois pisos. O “ponto de entrada é como se fosse uma rótula de onde saem dois eixos principais”: um que conecta “as áreas sociais” e outro que, através das “escadas, liga à área mais particular, que são os quartos”. “Neste caso, era import