Na Praia de Espinho vamos a banhos como há cem anos: uma recriação histórica do veraneio

O evento Vir a Banhos inclui aguadeiras, peixeiras e vendedores de vira-ventos e de tremoços, burgueses, fidalgos, vilões, fotógrafos à la minuta e manipuladores de robertos. Com desfile no sábado, e banhos à antiga no domingo.

Água
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Imagem do evento Vir a Banhos Turismo de Espinho/Flávio Alberto
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século 20
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Imagem do evento Vir a Banhos Turismo de Espinho/Flávio Alberto

Burgueses, fidalgos, vilões, fotógrafos à la minuta e manipuladores de robertos são personagens que regressam este fim-de-semana à praia de Espinho, numa recriação histórica sobre os hábitos balneares da cidade nas primeiras décadas do século XX.

Organizado pela autarquia local em parceria com seis associações desse município do distrito de Aveiro, o evento Vir a Banhos procura dar a conhecer os costumes do tempo em que populações distantes acorriam a Espinho “por prescrição médica”, contribuindo para uma afluência que, nos meses mais quentes do ano, transformava a cidade numa “estância turística cheia de glamour”.

Para recriar esse período áureo, cerca de 80 figurantes vão trajar de acordo com o estilo da época, desfilando pela marginal da praia e ocupando cerca de mil metros quadrados do areal em que, nos tempos evocados, não seriam vistos juntos.

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Imagem do evento Vir a Banhos Turismo de Espinho

“As personagens têm por base uma investigação histórica quer ao nível dos modos de vestir, quer ao nível da prática de banhos de mar, mas claro que na recriação temos no mesmo espaço pessoas que, na época retratada, nunca se cruzavam no areal — como os fidalgos e os lavradores”, disse à Lusa fonte oficial da organização do evento.

A proximidade actual entre uns e outros pretende rentabilizar o espaço da praia da Rua 33, para que os banhistas de hoje possam usufruir do areal nos moldes habituais, mas partilhando-o com os cenários inspirados no início do século XX.

Aguadeiras, peixeiras e vendedores de vira-ventos e tremoços são outras das figuras que circularão no local, mas que, há 100 anos, “dificilmente estariam todas ao mesmo tempo no mesmo lugar” — e que agora impressionam sobretudo pela quantidade de roupa que envergam, uma vez que, para cumprir o espírito conservador da época, pouco mais expõem além dos braços e da perna, abaixo do joelho.

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Turismo de Espinho

Para a organização do evento, o Vir a Banhos é assim “uma espécie de síntese do que poderia acontecer na praia durante o veraneio”, pelo que “o que se perde em rigor histórico, ganha-se na animação dos figurantes”.

Na edição de 2022, o primeiro momento da recriação é o desfile de sábado às 22h, especialmente dedicado ao guarda-roupa balnear das classes mais abastadas da época, quando fidalgos, burgueses e “lavradores endinheirados” acorriam a Espinho no verão para beneficiar das qualidades terapêuticas do seu mar rico em iodo — vestindo na praia “a mesma roupa que usavam diariamente nos campos”.

Decorrendo na esplanada marginal da Rua 2, entre as ruas 27 e 33, esse corso será acompanhado por uma vendedora de flores e também por um ardina, ao qual caberá distribuir pelo público um jornal reproduzindo “a capa de uma Gazeta de Espinho do dia 9 de Julho de 1916” e contendo “algumas informações sobre a vida mundana da cidade nessa época”.

Já no domingo à tarde, a partir das 15h30, todas as personagens vão descer à praia da Rua 33 para apanhar sol, banhar-se no mar e conviver com outros turistas. Tal como há um século, quando havia pequenos espectáculos nos areais para a cidade corresponder ao seu estatuto de “estância balnear de excelência”, o entretenimento far-se-á com teatro de robertos e um pequeno circo familiar.

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Cartaz do evento DR

No seu conjunto, os dois momentos visam assegurar o que a organização do Vir a Banhos descreve como “uma divertida recriação que evoca a importância fundamental do veraneio para o desenvolvimento e crescimento de Espinho”.

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