Pavilhão do Conhecimento alberga cidade sustentável e inclusiva a partir desta sexta-feira

A “Cidade do Zero” é uma iniciativa organizada para criar uma com o menor impacto ambiental possível. Aqui pode-se aprender a fazer compostagem ou sabão, mas também ouvir cientistas e participar num mercado de trocas de roupa.

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A iniciativa apresenta a concepção de uma cidade mais inclusiva e com menor desperdício de recursos ambientais Paulo Pimenta

Sustentáveis e inclusivas: é assim que as cidades devem ser. Ao longo de três dias, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, há oportunidade para aprender a salvar plantas, criar hortas ou tingir tecidos, mas também para consertar coisas ou fazer trocas. A “Cidade do Zero”, com início esta sexta-feira, realiza-se pela primeira vez, numa organização de Catarina Barreiros, que espera que esta seja a primeira de muitas edições, e que a próxima se realize no Porto.

“É uma cidade como devem ser as cidades, inclusiva, para todas as pessoas, para crianças e adultos”, diz Catarina Barreiros, explicando que a “Cidade” está preparada também para pessoas em cadeira de rodas ou pessoas surdas, por exemplo. Dos três dias da iniciativa fazem parte palestras e workshops, um mercado de trocas, mas também de venda de roupas e outros produtos. Tudo sustentável, como de resto será toda a organização, para causar o menor impacto ambiental possível, incluindo todos os materiais com que se construiu a cidade.

Catarina Barreiros, que esteve na origem da Loja do Zero, uma loja online com preocupações ambientais – tanto na distribuição como na origem dos produtos e sua concepção – e preocupação ecológica, explicou que a ideia é mostrar durante três dias como pode funcionar uma cidade sustentável, “onde se gostaria de se viver sempre, com um mercado de aprendizagem e de conhecimento, com marcas que levam a sustentabilidade a sério.”

E como qualquer cidade, acrescentou, haverá um mercado, neste caso de troca de roupa, uma feira, que inclui produtos em segunda mão, uma zona de comida, e cinco salas a funcionar ao mesmo tempo com workshops, e um auditório com palestras de cientistas, desde a energia nuclear e eólica, ao carbono ou à alimentação com insectos. No mesmo espaço, será possível arranjar sapatos ou peças de roupa, comprar roupa feita a partir de desperdício ou fatos de banho reciclados. Na zona de alimentação, a prioridade será a produção biológica, com um predomínio de pratos vegetarianos no cardápio. Entre os workshops, podemos encontrar vagas para aprender a criar hortas, cozinhar sem desperdiçar, fazer compostagem em casa ou criar sabão.

Catarina Barreiros dá mais exemplos: “Vamos ter gelados de uma marca que emprega pessoas em exclusão social, porque para nós o impacto social também é muito importante.” A “Cidade” não tem fins lucrativos, pelo que o lucro obtido irá, por exemplo, para associações de impacto social e ambiental.

“Todas as marcas presentes na ‘Cidade do Zero’ regem-se por princípios éticos e de sustentabilidade. Todos os participantes neste evento querem contribuir para ajudar a mudar o mundo. E acreditam que é possível, um passo de cada vez”, diz a organização da iniciativa em comunicado. A iniciativa pretende ser um espaço para ser o ponto de encontro de pessoas, projectos e marcas que têm em comum um modo de vida mais sustentável se regem por princípios de produção ética, gestão de resíduos ou utilização de matérias-primas recicladas.

Deverá então haver uma segunda “Cidade do Zero"? Catarina Barreiros não tem a certeza e aponta que o desafio “é muito grande”. Mas acrescenta: “Gostava de a repetir no Porto.”

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